Uma das teorias mais tradicionais e ainda amplamente discutidas no campo da criminologia é a teoria da anomia, proposta por Merton em 1938. De acordo com essa perspectiva sociológica, a motivação para o envolvimento em atividades criminosas surge da incapacidade do indivíduo de alcançar os objetivos valorizados pela sociedade, como, por exemplo, o sucesso econômico.
A anomia se manifesta quando há uma desconexão entre as metas culturalmente aceitas e os meios legítimos disponíveis para alcançá-las. Merton argumentou que a sociedade moderna coloca uma forte ênfase no sucesso material e na busca do “sonho americano” de riqueza e prosperidade. No entanto, nem todos os membros da sociedade têm acesso igualitário aos meios legítimos para alcançar essas metas, como educação de qualidade, oportunidades de emprego estáveis e justas, entre outros.
Como resultado, alguns indivíduos podem sentir-se pressionados a buscar alternativas ilegais para alcançar sucesso e status social, especialmente se não perceberem outras opções viáveis. Isso pode levar ao engajamento em comportamentos desviantes e criminosos como uma forma de alcançar as metas culturalmente valorizadas, mas inacessíveis de outra maneira.
Embora a teoria da anomia de Merton tenha sido criticada por sua simplificação da relação entre metas e meios, ela continua sendo uma das teorias mais influentes na compreensão da delinquência e do comportamento criminoso. Pesquisadores posteriores desenvolveram e refinaram a teoria, incorporando conceitos como estresse estrutural, conformidade, inovação e retirada, ampliando assim sua aplicabilidade a uma variedade de contextos sociais e culturais.
Em resumo, a teoria da anomia de Merton continua sendo uma das explicações mais relevantes e atuais para compreender a delinquência, destacando a importância das estruturas sociais e das oportunidades disponíveis para direcionar ou desviar o comportamento humano.
(Resposta: A teoria abordada e mais atualizada na delinquência é a teoria da anomia, de Merton.)