China inaugura usina solar de torres gêmeas no Deserto de Gobi
China inaugura primeira usina solar de torre dupla no deserto de Gobi, unindo energia limpa e restauração ambiental.

A China deu mais um passo significativo no desenvolvimento de energia renovável com a inauguração da primeira usina solar térmica de torre dupla do mundo, localizada no Deserto de Gobi. Operando desde 8 de outubro, o projeto simboliza uma transformação energética que combina tecnologia avançada com benefícios ambientais em regiões áridas do país.
Tecnologia solar de torre dupla revoluciona a geração de energia
A instalação, conduzida pela China Three Gorges Corporation no condado de Guazhou, conta com 27.000 espelhos que concentram a luz solar em duas torres de 200 metros separadas por um quilômetro. Esse design inovador aumenta a eficiência em 25% em relação aos sistemas tradicionais de torre única e reduz custos de construção. O calor gerado chega a 570 graus Celsius, produzindo vapor para movimentar turbinas e gerar eletricidade mesmo à noite ou em dias nublados.
A torre oriental concentra a energia solar durante a manhã, enquanto a torre ocidental opera à tarde, garantindo máxima captação ao longo do dia. Essa tecnologia solar térmica complementa os painéis fotovoltaicos já presentes na China, oferecendo geração de energia constante mesmo quando o sol não está disponível.
Impacto ambiental positivo no deserto
Além da geração de energia, os projetos solares chineses estão transformando os ecossistemas locais. Pesquisas da Universidade de Tecnologia de Xi’an indicam que os parques solares criam microclimas mais úmidos e frescos, favorecendo a vegetação. Áreas dentro dos parques solares apresentaram aumento significativo na saúde ecológica, com redução da temperatura do solo em 3 a 5°C, diminuição da evaporação e aumento da umidade do solo em até 60%.
Estratégia ambiciosa de restauração do deserto
O país integra a expansão de energia solar ao controle do deserto por meio do programa “Cinturão Três-Nortes”. Até 2030, a China planeja instalar 253 GW de capacidade solar e recuperar 670.000 hectares de terras degradadas nos desertos do Gobi, Taklamakan e outros. O método “areia+solar” combina cercas protetoras, redes anti-poeira e cobertura vegetal resistente à seca, demonstrando sucesso em projetos anteriores no Deserto de Kubuqi.
A iniciativa não apenas promove sustentabilidade, mas também gera empregos e atrai investimentos. Mais de 50.000 empregos foram criados e a emissão de CO2 foi reduzida em 33 milhões de toneladas por ano. O modelo de torres duplas no deserto do Gobi representa um exemplo global de como energia limpa e restauração ambiental podem caminhar lado a lado.