Cardiologista ensina forma correta de medir a pressão arterial

Cardiologista explica como medir a pressão arterial de forma correta e confiável, evitando erros comuns e prevenindo riscos de hipertensão.

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A hipertensão arterial é uma das doenças crônicas mais silenciosas e perigosas da atualidade. De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), uma em cada três pessoas no mundo convive com o problema. No Brasil, estima-se que mais de 36 milhões de brasileiros tenham pressão alta, muitas vezes sem diagnóstico. Essa falta de controle é um dos principais fatores de risco para infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca.

Diante dessa realidade, medir a pressão arterial corretamente torna-se um passo essencial para a prevenção e o diagnóstico precoce da doença. O cardiologista Leonardo Duarte, do Hospital Alvorada, da rede Américas, destaca que a aferição em casa é uma excelente ferramenta, desde que feita com os devidos cuidados. “É importante seguir um protocolo simples, mas rigoroso, para que os resultados sejam realmente confiáveis”, orienta o especialista.

O primeiro passo é utilizar aparelhos certificados e calibrados pelo Inmetro, preferencialmente os de braço, que costumam ser mais precisos. O ambiente deve estar tranquilo, e a pessoa deve permanecer sentada, com o braço apoiado na altura do coração, após pelo menos cinco minutos de repouso. “Evite o consumo de cafeína, álcool ou cigarros antes da medição, pois todos podem alterar os resultados”, explica Duarte.

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A recomendação é realizar três medições, com intervalos de um a dois minutos, descartando valores muito destoantes. Segundo a cardiologista Elisa Frattini, do Hospital Brasília, o posicionamento do braço é um dos fatores mais negligenciados. “Uma leve diferença na altura do braço pode mudar o resultado significativamente, por isso não recomendamos o uso de aparelhos de pulso, que tendem a ser menos confiáveis”, alerta.

Outros erros comuns incluem medir a pressão logo após atividade física, com a bexiga cheia ou sem repouso adequado. Essas situações podem elevar artificialmente os números, levando a interpretações erradas e até a diagnósticos equivocados. A médica reforça que a primeira verificação deve ser feita em ambos os braços, realizando três medidas com intervalo de um minuto e considerando a média da segunda e terceira aferições. Caso o valor inicial seja inferior a 130/85 mmHg, não há necessidade de novas medições imediatas.

O braço que apresentar a pressão mais alta deve ser usado como referência nas próximas verificações. A medição deve ser feita sempre com manguito adequado ao tamanho do braço. Em casos suspeitos de hipertensão secundária à coartação da aorta, o ideal é medir também nos membros inferiores, utilizando manguitos apropriados.

A aferição pode ser feita com esfigmomanômetros manuais, semi-automáticos ou automáticos, todos eficazes quando usados corretamente. O essencial, segundo os especialistas, é que o procedimento seja feito com atenção, calma e regularidade, pois o controle da pressão arterial é o melhor caminho para evitar complicações graves e preservar a saúde cardiovascular.

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