Caixa flexibiliza crédito habitacional e facilita compra da casa própria
Caixa Econômica Federal implementa novas regras para o crédito habitacional, visando ampliar o acesso à casa própria para uma parcela maior da população brasileira. As mudanças, em vigor a partir de 13 de outubro de 2025, incluem o aumento da cota máxima de financiamento, a elevação do teto de valor do imóvel no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e a expansão das possibilidades de uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para fins habitacionais. Essa iniciativa representa uma estratégia do governo federal e da Caixa para impulsionar o setor imobiliário, estimular a construção civil e tornar o mercado mais acessível, especialmente para a classe média.
Anteriormente, o financiamento habitacional via SFH apresentava limitações significativas. A cota máxima de financiamento era de 70% do valor do imóvel, o teto para imóveis financiados no SFH era de R$ 1,5 milhão, e o uso do FGTS era restrito a imóveis de menor valor. Tais condições dificultavam o acesso de famílias de renda média e média-alta que não se enquadravam nos programas sociais de habitação, mas enfrentavam dificuldades para obter crédito com condições regulamentadas. Adicionalmente, o mercado imobiliário vivenciava um período de cautela, com taxas elevadas e um volume reduzido de financiamentos.
Diante desse cenário, a Caixa, responsável por aproximadamente 70% dos financiamentos habitacionais no país, adotou um novo modelo que permite financiar até 80% do valor do imóvel e elevar o teto para R$ 2,25 milhões dentro do SFH. A meta estabelecida é financiar cerca de 80 mil novas moradias até o final de 2026, injetando aproximadamente R$ 20 bilhões no crédito imobiliário.
Uma das mudanças mais significativas é o aumento da cota máxima de financiamento de 70% para 80% do valor do imóvel. Essa alteração reduz o valor da entrada exigida e facilita o acesso ao crédito para os compradores. Por exemplo, para um imóvel de R$ 500 mil, a entrada diminuiria de R$ 150 mil para R$ 100 mil. A ampliação do teto do imóvel financiável no SFH de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões permite que imóveis de maior valor sejam financiados nas mesmas condições regulamentadas, com taxas mais competitivas e a possibilidade de uso do FGTS. Com o teto elevado, o uso do FGTS também foi expandido em operações de financiamento pelo SFH para imóveis de até R$ 2,25 milhões.
O novo modelo está em fase de teste até o final de 2026, com implementação total prevista para 2027. Durante esse período de transição, as regulamentações relativas à poupança e aos depósitos compulsórios também serão ajustadas, destinando mais recursos para habitação e reduzindo a obrigatoriedade de os bancos alocarem 65% dos depósitos em crédito habitacional. Espera-se que o mercado se adapte gradualmente e que os efeitos sejam percebidos já em 2025 e 2026.
As medidas foram concebidas para atender, em especial, famílias com renda superior a R$ 12 mil mensais, um segmento que historicamente encontrava dificuldades para obter financiamento regulamentado do SFH com taxas favoráveis. Para famílias de menor renda, os programas habitacionais voltados ao público de baixa renda, como o Minha Casa Minha Vida, permanecem em vigor. As novas regras aplicam-se tanto a imóveis novos quanto usados, desde que se enquadrem no SFH com valor de até R$ 2,25 milhões e atendam aos demais requisitos.