Safra 2025/26: área recorde e plantio acelerado sob olhar atento ao clima

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O primeiro levantamento da safra 2025/26 aponta para um marco histórico na agricultura brasileira, com a estimativa de uma área total de 84,4 milhões de hectares destinados ao cultivo de grãos. A projeção inicial da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica uma produção total de 354,7 milhões de toneladas, impulsionada por uma produtividade média estimada em 4.202 kg/ha.

Este cenário representa um avanço de 0,8% em relação à safra 2024/25, embora o rendimento médio apresente uma leve retração de 2,4%. Este fator ressalta a importância do clima nos próximos meses para a consolidação dos resultados esperados.

O relatório da Conab detalha como o regime de chuvas e a umidade do solo têm influenciado o ritmo do plantio em diferentes estados. Enquanto o oeste da Região Norte e áreas do Sul registraram volumes mais elevados de precipitação em setembro, mantendo a umidade adequada, o interior do Nordeste e o centro do país enfrentaram uma menor incidência de chuvas, resultando na redução do armazenamento hídrico superficial.

A soja continua sendo a principal cultura, com uma área estimada em 49,07 milhões de hectares, uma produtividade de 3.620 kg/ha e uma produção total de 177,64 milhões de toneladas, um aumento de 3,6% em comparação com a safra anterior. Em meados de outubro, o plantio de soja alcançava 11,1% da área total, ficando abaixo da média dos últimos cinco anos, que é de 16,9%. Paraná e Mato Grosso lideravam a semeadura, com 31% e 18,9% da área plantada, respectivamente.

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A disparidade no ritmo de plantio entre os estados reflete a influência da distribuição das chuvas. Nas regiões onde a precipitação foi mais regular durante o final do inverno e o início da primavera, a semeadura avançou de forma mais consistente. Em contrapartida, nas áreas onde a continuidade das chuvas foi irregular, os produtores optaram por aguardar novas janelas de umidade para assegurar uma emergência uniforme das plantas e evitar a necessidade de replantio. A Conab ressalta que as estimativas serão continuamente refinadas ao longo da safra, incorporando novas informações coletadas no campo, dados de modelos e sensoriamento remoto.

O cenário climático recente evidencia um contraste marcante, com volumes superiores a 120 mm de chuva no oeste da Região Norte e em áreas do Sul, enquanto porções do Sudeste e do interior do Nordeste registraram menos de 40-50 mm, resultando em umidade do solo insuficiente para o cultivo de sequeiro em partes de São Paulo e Minas Gerais. As previsões indicam um retorno gradual das chuvas em áreas do Centro-Oeste e Sudeste, o que deve contribuir para a recuperação da umidade do solo.

Quanto ao milho, a projeção inicial aponta para uma produção de 138,6 milhões de toneladas, uma ligeira retração de 1,8% em relação à safra anterior. A área cultivada com milho deve alcançar 22,69 milhões de hectares, um aumento de 3,9%, com uma produtividade média de 6.109 kg/ha, 5,4% menor que a safra excepcional de 2024/25.

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No que diz respeito à demanda, a Conab projeta um aumento de 4,4% no consumo interno de milho, impulsionado pela produção de etanol, com exportações sustentadas e estoques relativamente estáveis. Para a soja, a autarquia prevê exportações acima de 112,11 milhões de toneladas e um esmagamento de 59,56 milhões de toneladas em 2026, garantindo uma boa disponibilidade doméstica de farelo e óleo.

Este primeiro levantamento sinaliza um cenário promissor para a safra 2025/26, mas requer atenção constante às condições climáticas em cada região. Acompanhar a umidade do solo, a previsão de chuvas, o ritmo de plantio, as temperaturas máximas e o calendário do milho de segunda safra são fatores essenciais para o sucesso da safra e a manutenção de preços acessíveis para o consumidor.

Fonte: www.tempo.com

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