China suspende compra de soja dos EUA após sete anos

Em um marco significativo nas relações comerciais globais, a China zerou suas importações de soja provenientes dos Estados Unidos em setembro, um evento inédito desde novembro de 2018. A drástica redução coincide com um aumento notável nas aquisições de soja da América do Sul, especialmente do Brasil, em comparação com o ano anterior. Este cenário ocorre em um momento de tensões comerciais persistentes entre as duas maiores economias do mundo, impulsionadas pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre diversos produtos chineses.
Dados da Administração Geral da Alfândega revelam que as importações de soja do Brasil pela China registraram um aumento expressivo de 29,9% em setembro, atingindo a marca de 10,96 milhões de toneladas. No acumulado do ano, as importações de soja brasileira totalizaram 63,7 milhões de toneladas, representando um crescimento de 2,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. A Argentina também se destacou como fornecedora, com a China importando 1,17 milhão de toneladas de soja argentina, um aumento notável de 91,5% em relação a setembro do ano anterior.
Diante deste contexto, o então presidente americano, Donald Trump, sinalizou a possibilidade de reduzir as tarifas sobre produtos chineses, mediante o cumprimento de certas condições. Entre as exigências, Trump mencionou a retomada das compras de soja pela China nos volumes praticados anteriormente, bem como o fim do envio de fentanil aos Estados Unidos. Apesar de declarar manter uma “boa relação” com o presidente chinês Xi Jinping, Trump enfatizou a necessidade de compromissos concretos antes de considerar a revisão das sobretaxas impostas a Pequim. O futuro das relações comerciais entre os dois países e o impacto no mercado global de soja permanecem incertos.