Riscos e desafios: o que você precisa saber sobre transplantes de órgãos

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O transplante de órgãos, um procedimento cirúrgico que salva vidas, envolve a substituição de um órgão doente (como pulmão, coração, pâncreas, rim ou fígado) ou tecidos (ossos, medula óssea e córneas) por um órgão ou tecido saudável de um doador, vivo ou falecido. Apesar de sua importância, o procedimento não é isento de riscos.

É crucial ressaltar que este texto não visa desencorajar pacientes que necessitam de transplantes, mas sim informar sobre os possíveis riscos, que são minimizados por rigorosos cuidados médicos. O Brasil se destaca mundialmente na área de transplantes, oferecendo assistência integral e gratuita, desde os exames preparatórios até o acompanhamento pós-transplante e medicamentos.

Um dos principais riscos é a rejeição do órgão transplantado, que pode ocorrer logo após a cirurgia ou até anos depois. A rejeição aguda se manifesta com calafrios, febre, fadiga, náusea e variações na pressão arterial. Já a rejeição crônica, mais tardia, causa problemas contínuos ao órgão doado.

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Infecções também representam um risco, inerente a qualquer cirurgia. Pacientes transplantados podem desenvolver infecções decorrentes da cirurgia, do uso de imunossupressores, do mau funcionamento do órgão transplantado ou de distúrbios no sistema imunológico. As infecções podem ocorrer no local da cirurgia, no órgão transplantado, no trato urinário ou como pneumonia. Para prevenção, a maioria dos pacientes recebe medicamentos antimicrobianos.

Embora raros, casos de câncer relacionados a transplantes foram reportados. Recentemente, um paciente em São Paulo desenvolveu câncer no fígado transplantado, descobrindo-se que as células cancerígenas eram do doador. Apesar da triagem rigorosa de doadores para descartar infecções e neoplasias transmissíveis, a detecção de células malignas microscópicas é um desafio.

Outro caso raro envolveu a infecção por HIV em seis pacientes no Rio de Janeiro em 2024, devido a resultados falso negativos em exames de sangue de dois doadores. Isso pode ocorrer devido a erros laboratoriais ou à “janela imunológica” entre a exposição ao vírus e a detecção de anticorpos.

A doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH) é outro risco, ocorrendo quando os glóbulos brancos do doador atacam os tecidos do receptor. Embora mais comum em transplantes de células-tronco, pode ocorrer em transplantes de intestino delgado e fígado. Os sintomas incluem erupção cutânea, icterícia, febre, dores abdominais, diarreia, vômitos e perda de peso. Apesar da gravidade, a DECH tem tratamento.

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