Estudo revela ligação entre lesões no futebol e osteoartrite

Um estudo recente publicado na revista Rheumatology revela uma possível conexão entre lesões sofridas por jogadores de futebol profissionais e o desenvolvimento de osteoartrite após a aposentadoria. A pesquisa, que analisou ex-atletas do Reino Unido, sugere que traumas nos pés ou tornozelos durante a carreira aumentam significativamente o risco da doença degenerativa.
O estudo, intitulado “Lesão e injeção local e o risco de osteoartrite no pé/tornozelo: um estudo de caso-controle em jogadores de futebol profissionais aposentados do Reino Unido”, acompanhou 424 ex-jogadores entre agosto de 2020 e outubro de 2021. Os resultados indicam que 73% dos atletas diagnosticados com osteoartrite relataram ter sofrido lesões prévias nos pés ou tornozelos.
Um dado alarmante da pesquisa é a relação entre o uso de corticosteroides e o desenvolvimento da osteoartrite. Setenta e cinco por cento dos jogadores com osteoartrite afirmaram ter utilizado corticosteroides durante suas carreiras para tratar as lesões. A pesquisa sugere que o uso frequente de injeções de cortisona para tratar lesões pode elevar ainda mais o risco de desenvolver a doença.
Lesões nos pés e tornozelos são comuns no futebol profissional, dada a natureza do esporte, que envolve alta velocidade, saltos e mudanças de direção repentinas. Muitas vezes, para acelerar o retorno aos campos, os atletas recorrem a injeções de corticosteroides, anestésicos locais ou plasma rico em plaquetas. Embora essas terapias possam proporcionar alívio da dor temporário, especialistas alertam para o risco de mascarar danos mais profundos e, a longo prazo, agravar a degeneração da cartilagem.
Os pesquisadores enfatizam que o uso repetido dessas injeções, em alguns casos excedendo o limite recomendado de quatro vezes por temporada, pode estar diretamente ligado à deterioração das articulações. Segundo o pesquisador-chefe Weiya Zhang, as descobertas do estudo apontam que lesões significativas no pé ou tornozelo representam um fator de risco importante e modificável para o desenvolvimento de osteoartrite em fases posteriores da vida.



