Cofundador do Facebook revela: “gerenciar equipes era exaustivo”

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Dustin Moskovitz, o cofundador do Facebook que ajudou a moldar a era digital, surpreendeu ao admitir que a liderança, especialmente a gestão de equipes, nunca foi sua paixão. O millennial, que construiu um império ao lado de Mark Zuckerberg, revelou a exaustão por trás da máscara de CEO, um papel que, segundo ele, nunca buscou ativamente.

A trajetória de Moskovitz é emblemática. Após co-fundar o Facebook e atuar como o primeiro CTO da empresa, ele seguiu seu próprio caminho em 2008, criando a Asana, uma plataforma de gerenciamento de projetos. Mais uma vez, assumiu o papel de CEO, liderando a startup até sua oferta pública inicial em setembro de 2020 e transformando-a em uma empresa de US$ 3,4 bilhões antes de deixar o cargo.

No entanto, em retrospectiva, Moskovitz confessa que a posição de liderança máxima nunca se encaixou perfeitamente em sua personalidade. “Eu simplesmente achei bastante exaustivo”, disse Moskovitz, descrevendo-se como um introvertido. “Eu não gosto de gerenciar equipes”, admitiu, ressaltando que nunca teve essa intenção, mesmo ao fundar a Asana com Justin Rosenstein. Sua ideia inicial era atuar como um colaborador individual ou chefe de engenharia, mas as circunstâncias o levaram a ser CEO por treze anos.

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Essa jornada o obrigou a “colocar essa máscara dia após dia”. A expectativa era que, com o crescimento da empresa, a delegação de tarefas permitiria que ele se concentrasse na administração nos bastidores. Contudo, o cenário se tornou ainda mais complexo, com eventos como a presidência de Trump, a pandemia e questões raciais transformando o papel de CEO em uma constante reação a problemas, em vez de focar na construção da empresa.

A experiência de Moskovitz ecoa a de muitos outros líderes que se encontram em posições de gestão por acaso. Estudos indicam que até 82% dos chefes são “acidentais”, sem treinamento formal para liderar, sendo promovidos com base em suas habilidades técnicas. Esse cenário resulta em líderes inseguros e com dificuldades em lidar com os desafios da gestão, contribuindo para o aumento de pedidos de demissão tanto de funcionários quanto de gerentes.

O CEO da Robert Walters, Gerrit Bouckaert, observa que essa tendência de gestão acidental se intensificou nos últimos anos, enquanto as demandas sobre os líderes só aumentam. Além de manter os funcionários motivados e produtivos, os gerentes precisam promover a cultura e a inclusão, liderar a adoção digital, identificar dificuldades mentais em seus membros da equipe e comunicar notícias difíceis.

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