Sete líderes do comando vermelho serão movidos para prisões federais

Sete líderes apontados como membros de destaque da facção criminosa Comando Vermelho, atualmente detidos no sistema prisional do Rio de Janeiro, serão transferidos para presídios federais. A decisão foi tomada pelo juiz titular da Vara de Execuções Penais (VEP) do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Rafael Estrela Nóbrega.
Os detentos que enfrentarão a transferência são Arnaldo da Silva Dias, conhecido como “Naldinho”; Carlos Vinicius Lírio da Silva, o “Cabeça do Sabão”; Eliezer Miranda Joaquim, chamado de “Criam”; Fabrício de Melo Jesus, apelidado de “Bicinho”; Marco Antônio Pereira Firmino da Silva, o “My Thor”; Alexander de Jesus Carlos, o “Choque”; e Roberto de Souza Brito, conhecido como “Irmão Metralha”.
A VEP solicitou informações adicionais à Secretaria de Polícia Civil do Rio de Janeiro para embasar a transferência de Wagner Teixeira Carlos e Leonardo Farinazzo Pampuri, o “Léo Barrão”. A secretaria tem um prazo de cinco dias para fornecer os dados, em conformidade com a Lei 11.671/2008.
O processo relativo ao cabo da Marinha, Riam Maurício Tavares Mota, o décimo nome na lista apresentada pela Secretaria da Polícia Civil, ainda aguarda julgamento na vara de organização criminosa. O militar é acusado de operar drones para o Comando Vermelho.
Em 2023, Riam foi preso pela Polícia Federal dentro de um quartel em Niterói, na região metropolitana do Rio. As investigações apontaram que ele desenvolvia dispositivos para acoplar granadas aos drones e treinava criminosos no uso dos equipamentos para ataques a grupos rivais.
A solicitação de transferência dos presos ocorreu após a Operação Contenção, realizada pelas polícias civil e militar, que resultou em 121 mortes, incluindo dois policiais civis e dois militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Os presos permanecerão em um presídio de segurança máxima do estado do Rio até a transferência para um presídio federal.
O juiz esclareceu que os presos requisitados para transferência, com exceção do cabo Riam, já possuíam condenações em processos relacionados ao tráfico de drogas e não foram detidos durante a Operação Contenção. De acordo com a denúncia, eles exercem liderança na facção Comando Vermelho.
“A atuação do Poder Judiciário, no âmbito da execução penal, deve harmonizar o princípio da ressocialização da pena com o dever de assegurar a estabilidade e a segurança do sistema prisional, que constitui pilar da segurança pública. É dever deste juízo preservar o interesse coletivo sobre o individual, diante de risco real de reincidência e coordenação de práticas criminosas a partir do cárcere, situação que agrava a insegurança social e desafia a autoridade estatal”, afirmou o juiz em sua decisão.
O magistrado ressaltou que a inclusão dos presos em estabelecimentos federais de segurança máxima visa interromper a comunicação ilícita entre eles e a organização criminosa, garantindo a segregação qualificada e restabelecendo a efetividade da função preventiva e repressiva da pena.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

