Gel dental inovador promete regenerar esmalte dos dentes

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Um novo gel desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Nottingham traz esperança para o tratamento da erosão do esmalte dentário. A inovação odontológica utiliza os próprios íons presentes na saliva para reconstruir a camada protetora dos dentes, oferecendo uma solução promissora para a sensibilidade e outros problemas decorrentes da perda do esmalte.

Até então, acreditava-se que o esmalte, a substância mais dura do corpo humano, era incapaz de se regenerar. No entanto, testes laboratoriais demonstraram que o gel à base de proteína consegue reconstruí-lo de maneira natural e duradoura.

O funcionamento do gel se baseia na formação de uma película sobre o dente, que atrai íons de cálcio e fosfato da saliva. Esse processo, conhecido como mineralização epitaxial, desencadeia a criação de nanocristais que se fundem ao esmalte existente, restaurando sua estrutura e resistência originais. Segundo um pesquisador, o material promove o crescimento de cristais integrados e organizados, recuperando a arquitetura natural e saudável do dente.

Os testes, conduzidos em dentes humanos extraídos, mostraram resultados promissores. Após a aplicação do gel e exposição a soluções que simulavam a saliva, um revestimento atraiu íons e gerou o crescimento de cristais semelhantes ao esmalte natural em aproximadamente dez dias.

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Análises com microscópios eletrônicos revelaram que a nova camada se integrava perfeitamente à estrutura original do dente. Testes de resistência confirmaram a durabilidade do novo esmalte, que se mostrou mais resistente a fraturas e à ação de ácidos, mesmo após simulações de escovação intensa e mastigação.

Essa descoberta pode beneficiar mais de 3,7 bilhões de pessoas que sofrem de doenças bucais em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. A erosão do esmalte é uma das principais causas de cárie, e, embora o flúor ajude na prevenção, ele não é capaz de regenerar o esmalte já perdido.

As causas mais comuns da erosão do esmalte incluem o consumo frequente de alimentos e bebidas ácidas, bruxismo, escovação excessiva ou com força, refluxo gástrico, e boca seca.

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De acordo com um professor da Universidade de Nottingham, o gel é seguro, fácil de aplicar e escalável. Uma startup já está trabalhando para lançar o primeiro produto comercial no próximo ano.

Apesar dos resultados promissores, os pesquisadores alertam que os testes ainda são preliminares e foram realizados fora do corpo humano. A camada formada é fina em comparação com o esmalte natural, e sua durabilidade em longo prazo ainda precisa ser avaliada. No entanto, o gel representa um avanço significativo na busca pela regeneração do esmalte dentário.

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