Dia nacional mobiliza o país contra o mosquito da dengue

O Ministério da Saúde lidera um esforço nacional neste sábado, com o objetivo de combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. A ação, integrada à campanha “Não dê chance para dengue, Zika e chikungunya”, mobilizará gestores locais, profissionais de saúde, agentes de endemias, líderes comunitários e a população em geral em mutirões de limpeza e ações de conscientização em todo o país.
Mais de 370 mil profissionais estão engajados diariamente na prevenção das arboviroses nos 5.570 municípios brasileiros. Agentes Comunitários de Saúde (ACS) visitam famílias, distribuem informações e incentivam a participação da população, enquanto Agentes de Combate às Endemias (ACE) inspecionam áreas, aplicam larvicidas e coletam dados para o planejamento de ações de vigilância.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou a importância da ação, que ocorre antes do período de maior transmissão da dengue. “Este é o momento de conscientizar e engajar a população e os municípios para identificar os pontos críticos e eliminar os criadouros do mosquito”, afirmou Padilha, defendendo o uso de novas tecnologias, como a Wolbachia, para conter a transmissão do vetor.
Até outubro deste ano, o Brasil registrou mais de 1,6 milhão de casos prováveis de dengue, uma queda de 75% em relação a 2024. O número de óbitos confirmados também apresentou redução, com cerca de 1,6 mil, 72% a menos em comparação com o ano anterior. São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul são os estados com maior incidência de casos.
Apesar da diminuição dos casos, o Ministério da Saúde enfatiza a necessidade de manter as ações preventivas. O 3º Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) revelou que 30% dos municípios brasileiros estão em estado de alerta para a dengue, com a maioria das larvas encontradas em recipientes como vasos de plantas, pneus, garrafas, caixas d’água, calhas e ralos.
O Ministério da Saúde planeja investir R$ 183,5 milhões no biênio 2025/2026 para ampliar o uso de tecnologias de controle vetorial, incluindo a estratificação de risco, o método Wolbachia, as Estações Disseminadoras (EDLs) e os mosquitos estéreis irradiados.
O método Wolbachia, que reduz a capacidade de transmissão do mosquito, já foi implementado em 11 municípios de oito estados. Em Niterói (RJ), os casos de dengue diminuíram 89%, os de chikungunya 60% e os de Zika 37%. A tecnologia será expandida para 70 cidades até o final de 2026.
Em Curitiba (PR), foi inaugurada a maior biofábrica de Wolbachia do mundo, com capacidade para produzir 100 milhões de ovos por semana. A tecnologia consiste na produção de mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia, que impede a transmissão dos vírus dentro do Aedes aegypti.
Além disso, foram distribuídos milhões de sais de reidratação oral, testes laboratoriais para diagnóstico e nebulizadores portáteis, além do fornecimento contínuo de larvicidas e adulticidas. Em 2025, foram instaladas milhares de EDLs em diversos municípios, ampliando a cobertura das ações de controle.
A campanha do Ministério da Saúde ressalta que pequenas atitudes podem salvar vidas, como guardar recipientes de cabeça para baixo, descartar embalagens sem uso, colocar areia nos pratos de vasos de plantas e manter caixas d’água limpas e fechadas.
Em caso de sintomas como febre, dor de cabeça, dor nas articulações, náuseas ou manchas na pele, a orientação é procurar imediatamente uma Unidade Básica de Saúde, evitando o uso de medicamentos sem prescrição médica.
A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) também se mobiliza, realizando ações em todos os municípios fluminenses. A mobilização faz parte da campanha “Contra a Dengue Todo Dia” e vai ocorrer neste sábado.
A secretária de Saúde do estado, Claudia Mello, reforçou que o combate contra a dengue é uma missão de todos, destacando a importância de evitar o acúmulo de água em recipientes.
