Inflação atinge mínima em outubro, impulsionada por queda nos preços de alimentos e energia

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A inflação no Brasil apresentou um comportamento mais ameno em outubro, com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrando um aumento de apenas 0,09%. Este resultado representa a menor variação para o mês desde 1998 e superou as projeções do mercado financeiro, que esperava um índice mais elevado.

A principal razão para essa desaceleração foi a diminuição dos custos de energia elétrica e alimentos consumidos em domicílio. A conta de luz apresentou uma retração de 2,39%, influenciada pela mudança nas bandeiras tarifárias, que passaram da vermelha 2 para a vermelha 1, com um custo adicional menor para o consumidor.

Os alimentos, por sua vez, registraram uma queda de 0,16%, marcando o quinto mês consecutivo de redução nos preços. Alguns itens se destacaram, como a cebola, com uma queda de 29,74%, a batata inglesa, que ficou 29,02% mais barata, o alho, com uma diminuição de 20,29%, e o tomate, com uma redução de 19,77%.

No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação atingiu 4,68%, o menor patamar desde janeiro. Esse resultado fortalece a expectativa de que o IPCA possa fechar o ano dentro do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5%.

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Diante desse cenário, analistas do mercado financeiro começaram a revisar suas estimativas para a inflação de 2025. Um economista do Banco Inter, por exemplo, ajustou sua projeção de 4,6% para 4,4%, aproximando-se ainda mais da meta estabelecida pelo governo. Essa revisão é motivada pela queda no preço da gasolina nas refinarias, anunciada pela Petrobras, e pelas promoções antecipadas da Black Friday.

Para novembro, as expectativas apontam para uma inflação moderada, variando entre 0,18% e 0,19%, segundo diferentes projeções. No entanto, o comportamento dos preços em dezembro ainda é motivo de atenção, devido às festas de fim de ano, que costumam impactar os preços de alimentos e serviços como passagens aéreas.

A desaceleração da inflação em outubro reforçou a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central possa iniciar um ciclo de queda da taxa Selic já em janeiro de 2026. Essa perspectiva vem ganhando força no mercado financeiro, especialmente após a divulgação da ata da última reunião do Copom, que demonstrou maior confiança na eficácia dos juros altos para controlar a inflação.

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A Selic, atualmente em 15% ao ano, serve de referência para os juros cobrados em empréstimos, financiamentos e cartões de crédito. Uma eventual queda na taxa básica pode tornar o crédito mais acessível, beneficiando consumidores e empresas e impulsionando a atividade econômica.

Para os consumidores, o cenário inflacionário para os próximos meses se mostra mais favorável, com a possibilidade de novas quedas de preços em setores como combustíveis, eletrodomésticos e itens de cuidado pessoal, impulsionadas pelas promoções da Black Friday. No entanto, é importante manter a atenção com as despesas de fim de ano, que tradicionalmente aumentam.

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