Renda por classe social: como fica a divisão no brasil em 2025

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A análise das classes sociais no Brasil é crucial para compreender a distribuição de renda, padrões de consumo e a eficácia das políticas públicas. Com dados atualizados e novas propostas de categorização, essa discussão ganha destaque, especialmente em um cenário de mudanças no mercado de trabalho e expansão da renda média.

A complexidade reside na ausência de um padrão oficial para definir as classes. Embora estudos dividam a população em grupos como A, B, C, D e E, outras propostas apresentam recortes diferentes. A falta de consenso revela que a categorização depende não só da renda, mas também do contexto regional, custo de vida e condições sociais.

Essa discussão é relevante porque a definição das classes impacta diretamente a formulação de políticas públicas e programas sociais. Compreender como as classes são definidas auxilia no entendimento da realidade socioeconômica do país.

A divisão tradicional da população, que separa em baixa renda, classe média e alta renda, tem recebido críticas por ignorar desigualdades internas às regiões. Essa abordagem simplifica um tema complexo, negligenciando diferenças significativas entre grupos com renda similar, mas vivendo realidades distintas.

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Diante disso, surgem novas metodologias propostas por economistas e institutos de pesquisa, buscando um retrato mais preciso da sociedade brasileira.

O economista Daniel Duque, pesquisador da FGV Ibre, propõe uma reorganização estrutural das classes sociais com base em faixas mais homogêneas de renda per capita. Segundo Duque, uma divisão mais equilibrada distribuiria a população em três grandes categorias, cada uma com aproximadamente 70 milhões de pessoas, permitindo identificar com precisão as diferenças de renda e os grupos que demandam maior atenção nas políticas sociais.

Na proposta do economista, a Classe C seria composta por pessoas que vivem com até R$ 880 por pessoa. A partir de R$ 1.761 por indivíduo, o cidadão estaria no topo da pirâmide social. Essa metodologia visa corrigir distorções que podem erroneamente classificar famílias de baixa renda como classe média.

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Essa divisão busca melhorar o direcionamento de políticas públicas, reduzir desperdícios em programas sociais, aumentar a eficiência na alocação de recursos e evitar que famílias vulneráveis fiquem de fora de benefícios essenciais.

Enquanto a FGV Ibre baseia-se na renda per capita, outros institutos, como a Tendências Consultoria, consideram a renda total da família, utilizando faixas domiciliares para classificar as classes sociais no Brasil.

Nesse modelo, a renda mensal domiciliar é o foco principal. A Classe D e E teria renda mensal de até R$ 3.500; a Classe C, entre R$ 3.500 e R$ 8.300; a Classe B, entre R$ 8.300 e R$ 26 mil; e a Classe A, acima de R$ 26 mil.

Essa abordagem demonstra que ser considerado “rico” é relativo, dependendo não apenas da renda absoluta, mas também do contexto econômico e regional.

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Dados recentes apontam que a renda média do trabalhador brasileiro alcançou R$ 3.457. Apesar desse avanço, o país ainda enfrenta desigualdade regional. O Mapa da Riqueza da FGV Social evidencia essas disparidades, mostrando a diferença entre bairros nobres com alta renda média e municípios com renda média significativamente menor.

Capitais como Florianópolis, Vitória e Brasília lideram a renda per capita, enquanto estados do Norte e Nordeste concentram os menores rendimentos médios. Essa variação reforça que uma mesma faixa de renda não se traduz no mesmo nível de bem-estar em diferentes partes do país.

Especialistas concordam que as políticas públicas devem considerar tanto as desigualdades de renda quanto as regionais. Programas nacionais precisam ser adaptados para realidades específicas, compensando lacunas socioeconômicas persistentes.

Distribuir renda de forma estratégica, investir em infraestrutura e fortalecer a educação são fatores essenciais para reduzir o abismo entre as regiões. A nova divisão de classes, aliada aos dados regionais, oferece um panorama detalhado para ações mais eficientes.

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