Cop30: número recorde de países apresenta metas climáticas

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), sediada em Belém, Pará, teve um início promissor com o anúncio de que 111 países já apresentaram seus relatórios de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). A informação foi divulgada por Ana Toni, diretora executiva do evento, no primeiro dia da conferência.
As NDCs representam o compromisso de cada nação, signatária do Acordo de Paris, em reduzir as emissões de gases de efeito estufa. O acordo estabelece que esses planos devem ser revisados e atualizados a cada cinco anos. Antes da COP30, apenas 79 países haviam cumprido essa etapa.
“Hoje à tarde, fomos informados de que já temos 111 relatórios de NDCs publicados. Contamos com a presença de 194 países credenciados em Belém, o que demonstra o fortalecimento do multilateralismo”, afirmou Toni em coletiva de imprensa.
O Brasil se destaca entre os países que já apresentaram suas metas, com um plano ambicioso de reduzir em 59% as emissões de gases de efeito estufa até 2035. O governo brasileiro tem enfatizado seu compromisso com a transição energética, o combate ao desmatamento e o incentivo à economia verde na Amazônia.
Ana Toni destacou a importância do primeiro dia da conferência para alinhar os temas prioritários das negociações, com ênfase na adaptação climática. “O tema da adaptação é fundamental para alcançarmos um acordo. Estamos discutindo como acelerar sua implementação e como utilizar tecnologia e indicadores para garantir resultados concretos”, explicou.
A diretora também celebrou a aprovação da agenda oficial de ações logo no primeiro dia, um feito que não ocorria há quatro anos. “Abrir a agenda no dia certo pode parecer algo pequeno, mas é decisivo. Sem isso, não conseguimos avançar nos demais temas”, observou.
A COP30 abordará um total de 145 temas prioritários, incluindo transição justa, financiamento climático, balanço global, adaptação, biodiversidade e inovação tecnológica. A tecnologia, segundo Ana Toni, será um dos pontos mais complexos de negociação.
O Acordo de Paris prevê a transferência de tecnologia e capacitação para auxiliar os países em desenvolvimento a implementar suas NDCs. No entanto, este tema tem enfrentado resistência por parte de nações desenvolvidas. “Este é um dos tópicos mais importantes e mais difíceis. Precisamos garantir que os países mais pobres tenham acesso a tecnologias para acelerar seus planos de adaptação”, afirmou Toni.
O debate sobre tecnologia já havia sido iniciado em junho, durante a Sessão dos Órgãos Subsidiários (SB60) em Bonn, Alemanha, encontro preparatório para a COP30. “Na reunião de Bonn, esse foi um dos poucos temas sem consenso. Queremos avançar agora em Belém e mostrar que é possível fortalecer a cooperação internacional em inovação climática”, destacou a diretora. A conferência segue até o dia 21 de novembro.
Fonte: www.tempo.com

