Petrobras descarrega carga russa apreendida da refit, apontam dados

A Petrobras realizou o desembarque de um carregamento de diesel russo que havia sido importado pela refinaria privada Refit. A carga havia sido apreendida em uma operação da Receita Federal, conforme dados do terminal da LSEG e informações de fontes com conhecimento do caso.
Apesar de não confirmar sua participação direta no desembarque, a estatal havia declarado anteriormente ter sido designada como depositária de aproximadamente 200 milhões de litros de combustíveis apreendidos pertencentes à Refit. A Refit, por sua vez, nega as irregularidades apontadas na operação de combate a fraudes.
Essa operação marca a primeira vez que a Petrobras lida diretamente com diesel russo desde o início do conflito na Ucrânia, apesar de não ter sido a importadora original do produto. A empresa adotou uma política interna de não comercialização de combustíveis russos, em resposta às sanções internacionais impostas à Rússia.
Um documento da ANP indica que a carga de diesel transportada pelo navio Tokyo era de origem russa, mas não detalha o processo de desembarque. Segundo o sistema de monitoramento de embarcações da LSEG, o descarregamento do navio Tokyo ocorreu nesta semana no terminal da Transpetro, subsidiária de transporte e logística da Petrobras, em São Sebastião, SP.
A Petrobras não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.
Fontes internas revelaram que a Petrobras já havia realizado o desembarque de outra carga apreendida da Refit, proveniente dos Estados Unidos e transportada pelo navio Ecomar Guyenne. A estatal deverá ainda descarregar produtos trazidos da Argentina e dos EUA pelos navios Madelyn Grace e Oinoussian Star, respectivamente. Um documento da ANP aponta que o Oinoussian Star transportava condensado de petróleo.
No contexto das operações de apreensão das cargas, a Refit chegou a ser interditada cautelarmente pela ANP em setembro, sob alegação de irregularidades operacionais e suspeitas de importação irregular de combustíveis. A ANP anunciou a desinterdição parcial da unidade no fim de outubro, após a comprovação do cumprimento de 10 das 11 condicionantes anteriormente impostas.




