Dívidas afetam 78 milhões e impactam saúde mental: entenda as causas
Um levantamento recente aponta que 78,8 milhões de brasileiros encontram-se em situação de inadimplência. Essa realidade, que afeta desde famílias de baixa renda até profissionais autônomos, expõe não só a fragilidade econômica, mas também as consequências emocionais e comportamentais do endividamento.
Para auxiliar na reversão desse quadro, é fundamental compreender os fatores que contribuem para o acúmulo de dívidas e como ele impacta a vida das pessoas, buscando estratégias para restabelecer a estabilidade financeira e retomar o controle do orçamento.
Uma pesquisa de 2024 identificou que o desemprego (24%), imprevistos financeiros (18%) e o empréstimo do nome a terceiros (14%) figuram entre as principais causas da inadimplência no país. Especialistas apontam ainda para a falta de educação financeira como um fator determinante, levando a um consumo impulsivo e pouco consciente.
O endividamento não se restringe ao âmbito financeiro, impactando diretamente a saúde mental e física. Uma pesquisa revelou que 84% dos brasileiros reconhecem sentir impactos emocionais decorrentes de problemas financeiros. Entre os sintomas mais comuns estão estresse e ansiedade (48%), baixa autoestima (44%), fadiga e falta de energia (32%) e dificuldade de concentração (30%). Além disso, sete em cada dez entrevistados relataram perda de sono devido às dívidas, além de dores de cabeça, gastrite e pressão alta.
Para reverter essa situação, especialistas propõem uma metodologia prática, começando pelo diagnóstico da situação financeira. É crucial registrar todos os gastos e receitas, identificar dívidas essenciais e aquelas com juros altos, para priorizar os pagamentos. Definir sonhos e metas é fundamental para manter a motivação e impulsionar as mudanças de comportamento.
A criação de um orçamento realista, que contemple despesas básicas e o pagamento das dívidas, priorizando débitos com juros mais altos, é essencial. Reservar uma pequena quantia para poupança, mesmo que simbólica, ajuda a criar uma reserva de emergência.
A poupança é um passo importante para reduzir a dependência do crédito e representa um avanço psicológico significativo para quem busca estabilidade.
O consumidor endividado possui direitos garantidos por lei, como o direito de arrependimento em empréstimos feitos por telefone ou online, aviso prévio de negativação, cobrança respeitosa, negociação direta com o credor, remoção do registro após o pagamento e transparência nas informações sobre juros, prazos e valores.
A educação financeira é a principal ferramenta para evitar o retorno ao endividamento, ensinando a administrar o dinheiro, estabelecer prioridades e planejar gastos. Anotar receitas e despesas, definir metas mensais de economia, evitar compras por impulso e criar um fundo de emergência são práticas recomendadas.
Programas de educação financeira têm ajudado muitos brasileiros a reverter o ciclo das dívidas e a conquistar maior tranquilidade financeira. Com planejamento, renegociação e novas atitudes, é possível transformar a relação com o dinheiro e retomar o controle da própria vida.

