Fgts: entenda as regras e limites para empréstimos em 2025
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), tradicionalmente uma reserva financeira para trabalhadores com carteira assinada, tem evoluído nos últimos anos, transformando-se também em uma ferramenta de acesso ao crédito. Em 2025, novas modalidades de saque, mudanças nas regras de empréstimos e atualizações no calendário de liberações impactam diretamente milhões de brasileiros.
Uma dúvida frequente entre os trabalhadores é: “Já fiz um empréstimo do FGTS, posso fazer outro?”. A resposta envolve novas regulamentações, detalhes técnicos e implicações significativas para a saúde financeira de quem conta com esses recursos para equilibrar as contas ou realizar projetos.
Criado em 1966, o FGTS visa garantir segurança financeira ao trabalhador demitido sem justa causa. Mensalmente, o empregador deposita 8% do salário do funcionário em uma conta vinculada, criando uma reserva que pode ser utilizada em situações específicas como demissão sem justa causa, compra da casa própria, aposentadoria, doenças graves, amortização de financiamento habitacional, situações de emergência, saque-aniversário e empréstimos.
Para acompanhar o saldo e as oportunidades de crédito, o trabalhador pode consultar o FGTS de três formas: pelo aplicativo FGTS, que oferece informações detalhadas sobre saldo, contas ativas e inativas, depósitos, modalidades de saque, extratos e valores disponíveis para antecipação; pelo site da Caixa, que permite visualizar informações básicas; e por SMS, habilitando o envio mensal de mensagens com depósitos e movimentações.
Existem duas modalidades principais de saque: o saque-rescisão, modelo tradicional em que o trabalhador demitido sem justa causa pode sacar todo o saldo das contas vinculadas e a multa rescisória paga pelo empregador, e o saque-aniversário, criado em 2020, que permite ao trabalhador retirar anualmente um percentual do saldo disponível no mês de seu aniversário, com a desvantagem de perder o direito ao saque-rescisão em caso de demissão.
O empréstimo com garantia do FGTS, conhecido como antecipação do saque-aniversário, permite que o trabalhador, após aderir ao saque-aniversário, receba da instituição financeira uma antecipação dos valores que seriam recebidos nos próximos anos. O pagamento é realizado automaticamente, direto no FGTS, eliminando parcelas mensais e o risco de inadimplência.
Desde 1º de novembro de 2025, as regras para o empréstimo do FGTS foram atualizadas, estabelecendo limites mais rígidos, controle de contratações e redução gradual dos valores permitidos. Agora, é permitida apenas uma contratação por ano, não é possível ter duas operações ativas ao mesmo tempo, cada parcela deve ter entre R$ 100 e R$ 500, e o limite anual é de até 5 parcelas (R$ 2.500) até novembro de 2026, caindo para 3 parcelas (R$ 1.500) a partir de 2026.
Portanto, desde 1º de novembro de 2025, não é possível contratar mais de um empréstimo do FGTS por ano. Mesmo que o trabalhador tenha antecipado em anos anteriores, é necessário esperar 12 meses completos entre uma operação e outra.
As regras oficiais determinam que, até novembro de 2026, é possível antecipar até 5 parcelas por ano, totalizando até R$ 2.500, e a partir de novembro de 2026, até 3 parcelas por ano, totalizando até R$ 1.500. É necessário respeitar os limites de valor mínimo por parcela (R$ 100), valor máximo por parcela (R$ 500) e limite anual total (R$ 2.500 até 2026; R$ 1.500 depois).
Para contratar o empréstimo FGTS, é necessário ter 18 anos ou ser emancipado, possuir CPF regular, ter conta bancária ativa, possuir saldo no FGTS e aderir ao saque-aniversário. O trabalhador deve acessar a opção Saque-Aniversário no aplicativo FGTS, autorizar a consulta de saldo para instituições financeiras, selecionar a instituição desejada e confirmar a autorização. No aplicativo da instituição financeira, o trabalhador consulta o valor disponível, escolhe o número de parcelas, simula a contratação e finaliza a operação. O depósito costuma ocorrer em até 24 horas úteis.
A antecipação do FGTS pode ser uma solução rápida para lidar com dívidas e emergências, mas é importante considerar que o saldo do FGTS diminui futuramente, o trabalhador perde liquidez ao longo dos anos antecipados e não será possível sacar integralmente em caso de demissão. Especialistas recomendam usar o crédito com cautela, avaliando prioridades financeiras. Quando usado com responsabilidade, o FGTS pode auxiliar na reorganização de dívidas, viabilizar projetos pessoais e criar um colchão de segurança.

