Chuva abençoa o norte e nordeste após excessos no centro-sul

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Após um período marcado por intensas precipitações no centro e sul do Brasil, com acumulados superiores a 250mm em regiões como o norte e oeste do Paraná, sul de Mato Grosso do Sul, oeste de São Paulo e a metade norte do Rio Grande do Sul, as frentes frias finalmente avançam em direção ao Matopiba.

A maior parte da área de produção de grãos nos quatro estados do Matopiba deve receber um volume de chuva acima do normal até o início de dezembro, com estimativas de até 200mm na região de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia. Previsões também indicam chuvas mais intensas no norte de Mato Grosso e de Goiás, além do Pará e Amazonas.

Essa mudança no padrão de precipitação deve impulsionar o plantio de grãos, que vinha ocorrendo em ritmo mais lento se comparado ao ano anterior. Dados recentes indicam que, até meados de novembro de 2025, a soja ocupava 69% das áreas destinadas, enquanto no ano passado, o percentual era de aproximadamente 74%.

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Em contrapartida, a região Sul e grande parte do Sudeste e Centro-Oeste passam por um período de tempo mais seco. Para o Sul, essa diminuição das chuvas pode ser inicialmente benéfica, uma vez que o excesso de umidade vinha prejudicando as atividades no campo e atrasando a colheita do trigo, bem como o plantio da soja e da primeira safra de milho.

No entanto, a manutenção prolongada de chuvas intensas no Norte e Nordeste pode transformar o alívio inicial em preocupação para o Sul, especialmente com a influência do fenômeno La Niña.

Próximo ao encerramento da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP 30, que ocorrerá em Belém, é importante lembrar que grande parte da precipitação na América do Sul é resultado de uma condição geográfica única. Essa condição depende da umidade proveniente do Oceano Atlântico, da reciclagem dessa umidade pela Floresta Amazônica e da Cordilheira dos Andes, que impede a dispersão da umidade para o Oceano Pacífico.

Os chamados rios voadores, formalmente conhecidos como Jato de Baixos Níveis, desempenham um papel crucial no abastecimento de barragens, geração de energia elétrica, fornecimento de água para a população e irrigação de plantações. Esses rios voadores são totalmente dependentes da evapotranspiração da floresta equatorial.

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Embora os acordos da COP 30 abordem questões mais amplas, como o controle de emissões de gases de efeito estufa e a regulação da temperatura global, é fundamental reconhecer a importância da preservação das florestas. A derrubada da floresta representa um risco significativo para a disponibilidade de recursos hídricos essenciais para o Brasil.

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