Tarifa dos eua sobre café solúvel preocupa setor apesar de avanços
O setor de café solúvel brasileiro manifestou preocupação diante da manutenção da tarifa de 50% imposta pelo governo dos Estados Unidos sobre o produto. A medida, em vigor desde agosto, contrasta com o recente anúncio de isenção de tarifas para outros produtos agrícolas do Brasil, conforme declarado por autoridades americanas na quinta-feira.
A Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics) expressou seu descontentamento em comunicado, destacando que a taxação sobre o café solúvel representa um “desafio contínuo” para o setor, mesmo com os avanços nas negociações bilaterais entre os países.
De acordo com a Abics, os embarques de café solúvel do Brasil para os EUA sofreram uma queda superior a 52% em volume desde a implementação da tarifa. A entidade enfatizou que a taxação prejudica a competitividade do produto brasileiro no mercado americano, favorecendo a entrada de café solúvel de outras origens.
O mercado dos Estados Unidos representa aproximadamente 20% do volume total das exportações brasileiras de café solúvel, gerando receitas anuais de cerca de US$ 200 milhões. Devido à tarifa, a Rússia agora ocupa o posto de principal destino do produto brasileiro.
A associação alertou para o risco de o café solúvel brasileiro ser permanentemente substituído por produtos de outros países nas prateleiras dos supermercados americanos. A Abics ressaltou que a perda dessa fatia de mercado e da lealdade do consumidor dificultaria a recuperação futura, com prejuízos duradouros para toda a cadeia produtiva nacional.
Diante desse cenário, a Abics informou que continuará trabalhando para buscar a isenção completa da tarifa sobre o café solúvel brasileiro. A entidade busca reverter a medida que impacta negativamente as exportações e a competitividade do setor no mercado americano.



