China adia novamente investigação sobre importação de carne bovina

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A China estendeu, pela segunda vez, o prazo da investigação sobre a necessidade de implementar medidas de salvaguarda em relação às importações de carne bovina. O Ministério do Comércio chinês (MOFCOM) confirmou a prorrogação na terça-feira (25), estendendo o período de análise até 26 de janeiro de 2026.

A investigação, iniciada em 27 de dezembro de 2024, busca determinar se o volume crescente de compras de carne bovina do exterior tem causado prejuízos à produção nacional chinesa.

Uma primeira prorrogação já havia sido anunciada em 6 de agosto de 2025, adiando a conclusão para 26 de novembro. A nova decisão adiciona mais dois meses de incerteza para o Brasil, que se mantém como o principal fornecedor de carne bovina para o mercado chinês.

Em meio a rumores sobre possíveis restrições decorrentes da detecção de Fluazuron, um composto utilizado no controle de carrapatos, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) assegura que não há evidências de um possível bloqueio por parte da China.

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O secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, reiterou que não houve detecção recente da substância em carregamentos. Ele mencionou que as discussões com as autoridades sanitárias chinesas continuam em relação a detecções anteriores, ocorridas no início deste ano e no ano passado.

Goulart ressaltou que o governo brasileiro, por meio do Mapa, da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais e do Itamaraty, está acompanhando de perto o progresso da investigação na China, mantendo uma perspectiva otimista sobre os resultados.

“Esperamos um bom resultado, uma investigação que mostre que as exportações brasileiras não impactam de forma significativa a economia do produtor local chinês”, afirmou o secretário. Ele também descartou o risco de suspensão e enfatizou o diálogo contínuo com a Administração Geral de Alfândegas da China (GACC).

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A China permanece como o principal destino da carne bovina brasileira. Em outubro, o país asiático adquiriu 190,8 mil toneladas, representando 53% do total exportado pelo Brasil no período, gerando uma receita de US$ 1,04 bilhão.

No acumulado de 2025, a China responde por 48,1% do volume total exportado e 49,7% da receita. União Europeia, Estados Unidos, México e Chile aparecem em posições secundárias como destinos da carne bovina brasileira.

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