Café raro atinge valor recorde em leilão no cerrado mineiro

Uma saca de 60 kg de café cereja descascado alcançou o valor inédito de R$ 200 mil durante o 13º Prêmio Região do Cerrado Mineiro (RCM). O feito representa o maior preço já pago por uma saca de café dessa categoria em leilões realizados no Brasil.
O café premiado, avaliado com uma pontuação sensorial de 90,59, é cultivado por Eduardo Pinheiro Campos na Fazenda Dona Nenem, localizada em Presidente Olegário, Minas Gerais. A aquisição foi realizada por um consórcio formado pelas empresas Expocacer, Veloso Green Coffee, Marex e Nucoffee, que reconheceram a qualidade dos cafés da região.
O Leilão Solidário, conduzido por Mauro Lúcio dos Santos, da Investbras, arrecadou um total de R$ 562 mil com a venda de nove lotes das categorias premiadas. A média por saca atingiu o valor de R$ 62.444,44. O evento reuniu os melhores cafés das categorias Natural, Cereja Descascado, Fermentado e Doce Cerrado Mineiro.
Parte do valor arrecadado no leilão, cerca de R$ 224,8 mil (aproximadamente 40%), será destinado ao projeto Escola de Atitude, uma iniciativa que visa promover a formação de jovens nas comunidades produtoras da região.
A multinacional Louis Dreyfus Company também participou do leilão, adquirindo o café campeão da categoria Natural, produzido pela Agropecuária São Gotardo Ltda., pelo valor de R$ 100 mil.
Eduardo Pinheiro Campos se destaca na história do Prêmio Região do Cerrado Mineiro. O produtor já subiu ao pódio em 11 das 13 edições do prêmio, demonstrando consistência e dedicação à qualidade. “É uma honra e um orgulho enorme para nossa equipe alcançar esse resultado”, afirmou Campos. Ele ressaltou que a Fazenda Dona Nenem completa 20 anos de trabalho focado em qualidade e inovação, coincidindo com os 20 anos de Indicação Geográfica do Cerrado Mineiro.
A Região do Cerrado Mineiro, primeira Denominação de Origem para café reconhecida no Brasil, abrange 55 municípios, com aproximadamente 250 mil hectares cultivados, sendo 100 mil irrigados. A região reúne 4.500 produtores certificados e produz cerca de 6 milhões de sacas por safra, representando 25,4% da produção mineira e 12,7% da produção nacional. É considerada referência global em rastreabilidade, governança e sustentabilidade na produção de cafés especiais.
Juliano Tarabal, diretor executivo da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, enfatizou a importância histórica do momento: “Celebrar esse recorde no ano em que completamos 20 anos como Indicação Geográfica reforça a força da nossa região e demonstra que o Cerrado Mineiro segue liderando o movimento de valorização, origem controlada e qualidade no Brasil”.
O evento também premiou práticas sustentáveis, concedendo o Troféu Atitude Sustentável ao produtor Claudio Nasser de Carvalho, da Auma Cafés, por seu projeto de boas práticas ambientais e manejo responsável. O Troféu Escola de Atitude foi entregue à Escola Municipal Henriqueta Cassimira de Menezes, pelo projeto sobre os encantos, sabores e riquezas do Cerrado Mineiro, inscrito pela cooperativa Carpec.
A 13ª edição do Prêmio Região do Cerrado Mineiro foi promovida pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado, com apoio do Sebrae Minas e diversas cooperativas, além do patrocínio de empresas como Syngenta, C6 Bank, Sicoob, Pinhalense e Rabobank. Os resultados do leilão reforçam o protagonismo do Brasil no mercado internacional de cafés especiais e evidenciam o reconhecimento pela qualidade dos grãos produzidos no Cerrado Mineiro.



