Demissão via sms: funcionária dispensada em pleno sábado à noite gera polêmica

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A comunicação de uma demissão pode ter um impacto tão significativo quanto o próprio desligamento. A experiência recente de Kristin McCarley, uma corretora de imóveis nos Estados Unidos, reacendeu o debate sobre ética, respeito e a dimensão humana nas relações de trabalho, em um contexto de crescente digitalização.

Kristin revelou, através de um vídeo no TikTok, que foi informada de sua demissão por meio de uma mensagem de texto enviada por sua chefe às 22h36 de um sábado. A mensagem, concisa e desprovida de qualquer consideração emocional, dizia: “Não venha na segunda. Fiz mudanças no escritório. Eu tenho que te dispensar”. Poucas horas depois, durante a madrugada de domingo, ela recebeu outra mensagem contendo uma captura de tela de uma foto dela com uma amiga, retirada de suas redes sociais, intensificando o desconforto e o sentimento de invasão.

O vídeo de Kristin rapidamente viralizou, ultrapassando 1,7 milhão de visualizações, e se tornou um símbolo de indignação. Usuários da plataforma manifestaram suas opiniões sobre o tratamento dispensado a funcionários em momentos delicados e a utilização de canais impessoais para comunicar decisões com alto impacto emocional.

A demissão, por si só, é um evento delicado que gera insegurança, frustração e, frequentemente, choque. Quando comunicada por meio de mensagens, sem interação humana, esses sentimentos tendem a se agravar, deixando o profissional diante de uma ruptura abrupta, sem oportunidade para diálogo ou esclarecimentos.

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Especialistas em relações de trabalho e psicologia organizacional apontam que a forma como a comunicação é feita influencia diretamente a percepção de valor do profissional. Uma demissão fria e inesperada, especialmente fora do horário comercial, pode ser interpretada como falta de consideração pela trajetória construída na empresa.

O caso de Kristin demonstra como plataformas como o TikTok se tornaram espaços para denunciar práticas questionáveis no ambiente corporativo, provocando discussões sobre limites éticos e profissionais.

Embora não existam regulamentações específicas que determinem o canal para comunicar uma demissão, a legislação trabalhista estabelece que todo o processo deve ocorrer com respeito à dignidade do trabalhador. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) estabelece princípios fundamentais que regem a relação empregador-empregado, incluindo o respeito e a ética na condução do processo.

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Empresas que adotam políticas claras de desligamento tendem a minimizar impactos emocionais e legais. Protocolos que incluem reuniões presenciais ou videochamadas humanizadas demonstram o compromisso com o bem-estar do colaborador.

Receber uma demissão no meio da noite, como ocorreu com Kristin, fere princípios básicos de respeito. A escolha do horário reforça a sensação de descaso e despreparo profissional. Da mesma forma, utilizar imagens pessoais no contexto da demissão pode ser interpretado como comportamento inadequado por parte da liderança.

Empresas que não demonstram cuidado em situações delicadas correm o risco de prejudicar sua imagem, perder talentos e reduzir a confiança do público. Especialistas alertam para a possibilidade de ações por danos morais quando a demissão ocorre de forma humilhante.

O caso de Kristin McCarley destaca a necessidade de revisar práticas empresariais tradicionais que, no ambiente digital, ganham novos contornos e maiores impactos.

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