Ia nua e crua: jornalista revela os bastidores do chatgpt
Uma análise aprofundada revela que a indústria da Inteligência Artificial (IA) acumula poder econômico e político em escala histórica, comparável a antigos impérios. Essa constatação surge de uma pesquisa exaustiva, que detalha a apropriação de recursos, a exploração de trabalhadores e o monopólio sobre a produção de conhecimento.
Um dos pontos críticos levantados é a forma como as empresas de IA se apropriam de dados da internet para treinar seus modelos, explorando trabalhadores com remuneração inadequada e automatizando funções, o que, segundo a análise, corrói os direitos trabalhistas. Essa exploração, enfatiza a pesquisa, não é inerente à IA, mas sim uma escolha política.
Além disso, observa-se que essas empresas monopolizam a produção de conhecimento, capturando talentos de pesquisadores e distorcendo a compreensão pública das limitações e capacidades da IA. A pesquisa crítica é, muitas vezes, censurada, restringindo a avaliação completa dessas tecnologias.
Outro paralelo traçado com os impérios é o discurso moral imperativo que as empresas de IA utilizam. A narrativa de que é preciso vencer a corrida tecnológica para evitar que a China domine o setor alimenta a ideia de que essas corporações são “impérios bons” com uma missão civilizatória.
A pesquisa ressalta que muitos políticos abraçam essa narrativa acriticamente, sem considerar que, para um império prosperar, é preciso sacrificar uma parcela da população. Aponta-se a necessidade de questionar a crença de que precisamos de impérios para obter os benefícios da IA e destaca que há certos tipos de IA que podem ser benéficos para a saúde e as oportunidades econômicas.
No entanto, o modelo vendido pelo Vale do Silício, que busca controlar recursos como terra, energia, água, dados, mão de obra e capital, não gera tantos rendimentos e não se mostra um modelo de negócio viável. A pesquisa argumenta que, ao caírem nessa armadilha, os políticos também aceitam danos planetários que poderiam ser evitados.
A pesquisa alerta ainda para os perigos da IA para a democracia. A crescente concentração de recursos nas mãos de um pequeno grupo de pessoas no topo pode erodir a liberdade e a capacidade de ação da população.
Questiona-se a viabilidade do modelo de negócios da IA. As empresas estariam ficando sem meios de monetizar a tecnologia, testando assinaturas sem sucesso e buscando alternativas como publicidade, que nem mesmo para o Google se mostra totalmente eficaz. A OpenAI, por exemplo, enfrenta dificuldades para cobrir um déficit bilionário.
A pesquisa adverte que, ao fornecerem dados para empresas de IA, os usuários estão concedendo poder a esses impérios, tornando-os mais fortes e menos responsáveis. Essa ação, segundo a análise, pode erodir o meio ambiente, a saúde, a privacidade, a propriedade intelectual e as oportunidades econômicas futuras, além de comprometer a liberdade individual.
Alternativas para um desenvolvimento mais ético da IA são apontadas, como o código aberto, que permite maior transparência e controle sobre os dados. A pesquisa destaca que, ao utilizar modelos de código aberto, o poder não é cedido a um império e os dados permanecem no dispositivo do usuário.
A falta de conhecimento técnico dos políticos locais, seduzidos por promessas de investimentos e criação de empregos, é apontada como uma ameaça para as comunidades. As empresas de IA buscam cidades vulneráveis para instalar seus centros de dados, negociando acordos a portas fechadas e impedindo o protesto da população.
Por fim, a pesquisa expõe a terceirização de tarefas cruciais para o Sul Global, onde trabalhadores são expostos a conteúdos prejudiciais para ensinar os filtros de moderação de conteúdo. Essa realidade, muitas vezes oculta, revela o lado sombrio da IA, onde o sofrimento humano é utilizado para garantir a segurança dos usuários.

