Produtor mineiro aumenta colheita de café com práticas sustentáveis

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Em Três Corações, Minas Gerais, um produtor de café tem demonstrado que sustentabilidade e lucratividade podem caminhar juntas. Guilherme Foresti, administrador da Fazenda Lobo, implementou práticas de manejo sustentável e registrou um aumento notável na produção de café, comprovando os benefícios econômicos de uma abordagem consciente.

A Fazenda Lobo, que faz parte de um grupo de produtores que fornecem para a Nespresso, alcançou uma produção média de 37,15 sacas de café por hectare no biênio 2024/2025. Esse número representa um aumento de 22% em relação à média de 30,4 sacas por hectare registrada no biênio anterior. Comparando com o biênio 2019/2020, antes da implementação das práticas regenerativas, o crescimento é ainda mais expressivo: um aumento de 38,3% na produção.

A decisão de Foresti de apostar em práticas regenerativas teve início em 2022, após uma forte geada em 2021 que dizimou 40% da produção da Fazenda Lobo. A perda impactou negativamente as finanças da fazenda, prolongando-se até 2023, devido ao tempo de recuperação do cultivo do café.

“Comecei a fazer o projeto da agrofloresta, que é o cultivo de café sombreado no meio de floresta após a geada. E somente hoje, em 2025, passei a colher os frutos: um café super especial que nasce em uma área com proteção de geada e diminuição da temperatura”, relata Foresti.

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Na propriedade de 100 hectares, Foresti adota diversas práticas sustentáveis. A agrofloresta ocupa 5% da área, enquanto o restante recebe outras técnicas, como o plantio de plantas de cobertura entre as linhas de café. Essas plantas promovem a regeneração do solo, a ciclagem de nutrientes e a descompactação, funcionando como irrigação natural e trazendo nutrientes das camadas profundas para a superfície em aproximadamente 90 dias.

A lavagem do café é realizada com recirculação e reutilização da água, otimizando o uso dos recursos hídricos. A arborização em áreas convencionais, o reflorestamento da fazenda e a proteção de nascentes complementam as práticas, reforçando o compromisso com a conservação ambiental.

A implementação da agrofloresta exige um investimento inicial, pois o plantio de árvores reduz o espaço para o café, resultando em uma perda de 8% a 12% na produtividade, segundo Foresti. No entanto, ele defende o investimento, destacando os benefícios diários que permitiram à Fazenda Lobo reduzir a dependência de crédito, algo comum no setor agrícola.

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A Fazenda Lobo integra o Programa AAA de Qualidade Sustentável da Nespresso, que oferece suporte técnico e financeiro aos produtores para implementar práticas que preservam o solo, aumentam a biodiversidade e melhoram a qualidade e o rendimento do café. A entrada de novos produtores no programa é condicionada ao cumprimento de rigorosos critérios sociais e ambientais, incluindo a adoção de práticas regenerativas.

Além disso, produtores e a Nespresso investem em conjunto para proteger o cultivo, aumentar a produtividade e reduzir as emissões de carbono. A Nespresso oferece subsídios para que os produtores testem novas práticas de fertilização, como o uso de composto de palha de café com esterco.

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