Investimentos: relembre previsões marcantes e lições do mercado

Em retrospectiva, previsões feitas por especialistas do mercado financeiro revelam tanto sobre a evolução da economia quanto sobre os princípios que permanecem relevantes para investidores. Relembre algumas falas que geraram debates importantes ao longo dos anos.
Em 2017, durante o início do governo Temer, o ex-ministro Maílson da Nóbrega contrariou as expectativas de uma recuperação econômica imediata. Ele alertou que a retomada seria gradual e que um novo ciclo de crescimento só se concretizaria a partir de 2019. Sua análise contrastou com a euforia inicial do mercado, expondo as complexidades da realidade fiscal e política da época.
Na mesma ocasião, Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central, descreveu um cenário brasileiro de estagnação, incerteza política e dificuldades na implementação de reformas. Sua avaliação pintou um retrato sombrio do país, ainda em recuperação da recessão de 2015-2016, e serve como um lembrete de que o otimismo do mercado pode ser cíclico.
Em 2019, Mark Mobius observou que a tradicional estratégia de value investing estava perdendo força, enquanto empresas focadas em crescimento ganhavam destaque. Sua fala refletiu um período de alta liquidez e rápida expansão tecnológica, fatores que influenciaram a mudança para ações de crescimento nos anos seguintes e que sustentam, em parte, o mercado de ações americano atualmente.
Howard Marks, da Oaktree, enfatizou em 2023 como ativos de renda fixa nos Estados Unidos poderiam mitigar os riscos para investidores brasileiros, oferecendo retornos elevados sem a exposição a instabilidades internas. Essa tese ganhou força novamente em 2025. Após sua declaração, as taxas de juros dos EUA caíram cerca de um ponto percentual nos títulos de 10 anos, resultando em uma valorização significativa para aqueles que investiram na época.
Já em 2024, Carlos Woelz, da Kapitalo, destoou do pessimismo predominante ao destacar avanços estruturais e oportunidades no mercado brasileiro. Sua visão equilibrada se tornou uma marca registrada da Kapitalo. Desde então, houve uma valorização do real em relação ao dólar e um aumento da Bolsa para novos recordes.
Naquele mesmo ano, Cathie Wood, da Ark Invest, defendeu que a inteligência artificial representa uma mudança de era, e não apenas uma tendência passageira. Sua visão rapidamente se consolidou à medida que empresas americanas começaram a reorganizar seus modelos de negócios em torno da tecnologia, impulsionando o crescimento de empresas de tecnologia e influenciando a economia americana.
Em 2025, David Duong, da Coinbase, previu que mais empresas seguiriam o exemplo da Strategy e investiriam em Bitcoin, o que de fato ocorreu, com companhias como Méliuz e OrangeBTC aderindo. Duong argumentou que essa adoção, juntamente com as primeiras reservas soberanas em criptomoedas, seriam catalisadores importantes. O Bitcoin, de fato, atingiu um novo recorde, ultrapassando a marca de US$ 120 mil.



