Preço do boi gordo: influências externas e perspectivas para dezembro
O mercado de boi gordo no Brasil apresentou um comportamento mais estável em novembro, frustrando as expectativas de alta. A incerteza em relação à China desempenhou um papel crucial nessa acomodação dos preços da arroba.
A China, importante importadora de carne bovina brasileira, tinha até 26 de novembro para apresentar os resultados de investigações sobre o impacto dessas importações em sua produção interna. A prorrogação desse prazo para janeiro de 2026 trouxe um alívio temporário, mas o mercado físico reagiu com tentativas de compra a preços mais baixos em diversas regiões do país.
Apesar do adiamento da decisão chinesa, especialistas avaliam que o mercado futuro, que demonstrava queda e alta volatilidade, tende a se estabilizar. A expectativa é de que os preços possam subir, impulsionados pelo retorno dos Estados Unidos como compradores de carne bovina do Brasil.
Para dezembro, a retomada das exportações para os Estados Unidos é vista como um fator de sustentação dos preços, em linha com a demanda sazonal norte-americana e a tarifa de importação reduzida a partir de janeiro. A China também pode desempenhar um papel importante, com uma possível desaceleração menos abrupta das compras, considerando a sazonalidade que normalmente reduz as importações entre novembro e janeiro. A perspectiva de conclusão das análises em janeiro pode incentivar um ritmo de compras mais consistente.
Em novembro, o preço da arroba do boi gordo variou entre as principais praças de comercialização do país. Em São Paulo (Capital) e Goiás (Goiânia), o preço se manteve estável em R$ 325 e R$ 320, respectivamente. Minas Gerais (Uberaba) registrou um aumento de 1,61%, atingindo R$ 315. Já Mato Grosso do Sul (Dourados) apresentou uma queda de 3,03%, fechando em R$ 320. Mato Grosso (Cuiabá) teve um recuo de 1,64%, cotado a R$ 300, e Rondônia (Vilhena) apresentou a maior retração, de 3,45%, com a arroba a R$ 280.
O mercado atacadista apresentou boa demanda ao longo de novembro, seguindo a sazonalidade esperada para o último bimestre do ano. A expectativa é de que em dezembro haja espaço para um movimento pontual de alta nas cotações da carne bovina. O quarto traseiro foi cotado a R$ 25,50, um avanço de 2,00% em relação ao final de outubro, enquanto o quarto dianteiro foi precificado a R$ 19,00 o quilo, um aumento de 4,4%.
As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada renderam US$ 1,308 bilhão em novembro (até o momento), com média diária de US$ 93,437 milhões. O volume total exportado atingiu 238,219 mil toneladas, com média diária de 17,015 mil toneladas e preço médio da tonelada em US$ 5.491,20. Em comparação com novembro de 2024, houve um aumento de 59,7% no valor médio diário da exportação, um ganho de 41,7% na quantidade média diária exportada e um avanço de 12,7% no preço médio.

