Queda nos dividendos do VGHF11: impacto no seu investimento?

O fundo imobiliário Valora Hedge Fund (VGHF11) tem apresentado uma diminuição gradual em suas distribuições mensais ao longo de 2025. Apesar de ser um dos maiores FIIs multiestratégia do mercado, os valores divulgados neste ano estão entre os menores desde a primeira distribuição do fundo em abril de 2021.
Em dezembro, o fundo distribuirá R$ 0,07 por cota em dividendos. Essa quantia sucede reduções anteriores, como a de R$ 0,10 em junho para R$ 0,09 em julho e agosto, e posteriormente para R$ 0,08 em setembro.
Apesar desse cenário de quedas, o VGHF11 se mantém como um dos principais FIIs multiestratégia, contabilizando 406.957 cotistas ao final de outubro e uma liquidez média diária de R$ 2,8 milhões. Nos últimos 12 meses, o fundo entregou R$ 1,06 por cota em dividendos, o que equivale a 13,2% ao ano, ou IPCA + 7,7%, considerando o valor da cota patrimonial.
Uma simulação de investimento de aproximadamente R$ 100 mil revelou um ganho acumulado de R$ 14.488 em dividendos com reinvestimento, resultando em uma rentabilidade total de 4,23%. Sem o reinvestimento dos proventos, os dividendos somariam R$ 13.553, com uma rentabilidade total de 4,09%. Os números evidenciam o impacto das distribuições menores ao longo do ano.
A gestão do VGHF11 continua atenta a questões como a inadimplência em sua carteira de crédito, onde os CRIs Selina permanecem marcados a zero. A conclusão da venda dos terrenos do CRI Guaicurus ainda depende de diligências e da resolução de pendências jurídicas, o que atrasa a regularização completa da operação.
O Itaú BBA, em avaliação recente, reconhece a relevância do VGHF11 em termos de estrutura, porte e diversificação, mas ressalta que o desempenho do fundo segue atrelado à inadimplência na carteira de CRIs. A instituição financeira pondera que a reversão desses casos é fundamental para destravar valor e permitir a retomada de distribuições mais elevadas no médio prazo. Apesar disso, o BBA considera o fundo competitivo dentro do segmento multiestratégia, especialmente pela flexibilidade de alocação, mas a retomada dos resultados depende da solução dos ativos problemáticos.



