Ceos brasileiros: formação clássica e carreira ascendente nas empresas
Um levantamento recente traça o perfil dos 54 principais CEOs do país, revelando um padrão consistente na liderança corporativa brasileira. Os executivos de destaque são, em sua maioria, profissionais que ascenderam em suas próprias empresas, oriundos de setores tradicionais da economia e com formação em áreas como engenharia, economia e administração.
Uma das características marcantes entre os líderes é a longa permanência nas companhias que hoje dirigem. Quase 30% dos CEOs (16 dos 54) acumulam dez anos ou mais na mesma empresa, o que demonstra que uma parcela significativa da elite corporativa brasileira se desenvolve internamente, galgando posições de liderança após carreiras extensas e estruturadas.
O estudo também aponta para a importância dos setores tradicionais na economia, como energia, finanças e indústria. O setor de energia lidera com 13% dos CEOs (7 executivos), seguido pela área industrial e de infraestrutura, com 11,1% (6 executivos), e pelo segmento financeiro, com 9,3% (5 executivos). Os demais setores representam 66,6% do total.
A análise dos perfis indica que o CEO brasileiro é, predominantemente, engenheiro, economista ou administrador. Há uma concentração de engenheiros – principalmente de produção, elétricos e mecânicos –, economistas – com forte presença no setor financeiro – e administradores, que ocupam grande parte das posições de liderança em varejo, serviços e indústria.
Paulo Kakinoff, CEO da Porto, é um exemplo de executivo com formação tradicional. Graduado em Administração de Empresas, Kakinoff possui uma trajetória que inclui passagens como CEO da GOL e da Audi Brasil, além de ter atuado na Volkswagen. Para ele, figurar na lista é um reconhecimento para toda a companhia, fruto de resultados consistentes e uma estratégia de negócios focada na diversificação e eficiência.
Outro nome de destaque é Miguel Setas, CEO da Motiva desde 2023. Com mais de 25 anos de experiência no setor de energia e infraestrutura, Setas é administrador com carreira construída em Portugal e no Brasil, tendo trabalhado em consultoria e grandes grupos de utilities. Segundo o CEO, a Motiva tem o propósito de melhorar a vida das pessoas através da mobilidade, modernizando rodovias e aprimorando a infraestrutura.


