Agricultores potiguares dobram renda com algodão agroecológico e apoio do projeto agrosertão

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Em Cruzeta, no coração do sertão do Rio Grande do Norte, o casal de agricultores Maria Azevedo de Brito, de 55 anos, e José Orly de Araújo transformou sua realidade com o cultivo de algodão agroecológico. Antes focados na produção de subsistência de frutas, verduras e hortaliças, em pequena escala e com recursos limitados, eles agora expandiram sua produção e renda com o apoio do projeto AgroSertão.

A iniciativa, que abrange 16 municípios potiguares, visa valorizar a agricultura familiar e resgatar a cultura do algodão no semiárido. O projeto oferece assistência técnica, capacitação e suporte para a comercialização da produção. Maria e José foram convidados a integrar o projeto em 2022, após uma visita do Sebrae, que os incentivou a expor seus produtos para venda.

“O algodão já tem comprador certo e direto”, comemora Maria, aliviada com a garantia de venda da produção, que antes era uma grande dificuldade. O incentivo impulsionou a participação de Maria em programas como Sebrae Delas e Mulheres Agro, que oferecem capacitações específicas para empreendedoras rurais.

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No quarto ano de produção de algodão agroecológico, Maria expressa seu entusiasmo: “A gente queria que voltasse o algodão nas nossas redondezas. Para a gente foi um prazer imenso participar, e ser um dos plantadores do renovamento e do nascimento do algodão”. O casal expandiu sua produção e passou a vender verduras e outros produtos artesanais, como doces e licores, em feiras, buffets e eventos.

Apesar do sucesso, os desafios persistem. A escassez de água é a principal preocupação. “A gente só vive de um poço, o Poço Amazonas. O plantio sendo em maior extensão, não tem como aguar. Então, a gente depende das chuvas. Só produzimos a quantidade que tem como”, explica Maria.

A falta de mão de obra, devido ao desinteresse dos jovens pela área, também é um obstáculo. No entanto, a adoção de tecnologias tem contribuído para manter a produção ativa. “Temos uma pequena propriedade, que muita coisa funciona com tecnologia. Para nós, foi um grande aprendizado sobre como expor nosso produto melhor, valorizá-lo, levá-lo até nosso cliente, e melhorar nossas vendas e entregas”, relata Maria.

Maria incentiva o empreendedorismo na área, especialmente entre as mulheres, e destaca a importância do apoio de iniciativas como a do Sebrae para o desenvolvimento do negócio. “Aconselho outras pessoas, principalmente as mulheres, a fazer um trabalho desses. Estar dentro do projeto foi só riqueza. Coisas que antes a gente não conhecia, não participava, não era reconhecido, hoje é diferente”, conclui.

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Fonte: agenciasebrae.com.br

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