Rússia nega rejeição de plano de paz dos eua e fala em “compromissos”

O Kremlin refutou as alegações de que a Rússia teria rejeitado integralmente um plano de paz proposto pelos Estados Unidos para a crise na Ucrânia. Segundo um porta-voz, houve um intercâmbio de opiniões entre as partes, com alguns pontos sendo aceitos e outros, não.
“Isso não é verdade. Houve uma troca de opiniões. Algumas coisas foram aceites e outras rejeitadas”, declarou o porta-voz durante uma conferência de imprensa. Ele descreveu o processo como uma “procura normal por compromissos”.
A Rússia se diz disposta a se reunir com representantes dos Estados Unidos quantas vezes forem necessárias para se chegar a um acordo pacífico. O Kremlin também expressou gratidão ao presidente Donald Trump por sua disposição política em continuar buscando uma solução para o conflito na Ucrânia, que se iniciou com a invasão russa em fevereiro de 2022.
Na terça-feira, houve um encontro de cinco horas no Kremlin entre o presidente Putin e Witkoff. Ao final da reunião, a presidência russa informou que um acordo não havia sido alcançado. “Por enquanto, não alcançámos um compromisso”, afirmou um assessor de política internacional do Kremlin, que também participou das conversas.
O assessor de política internacional do Kremlin afirmou que “várias propostas norte-americanas são mais ou menos aceitáveis” e “podem ser discutidas”. Segundo ele, as posições das partes “não estão mais longe” do que antes do encontro. O assessor classificou a reunião como “muito útil, construtiva e substancial”, mas ressaltou que “ainda há muito trabalho a fazer, tanto em Washington como em Moscovo”.
Durante as discussões, a questão territorial foi abordada, com Moscou exigindo a retirada incondicional das forças ucranianas do Donbass, região no leste da Ucrânia que engloba as regiões de Donetsk e Lugansk, declaradas como anexadas pela Rússia. “Abordámos em concreto o problema territorial, sem o qual nós não vemos uma solução para a crise”, enfatizou o assessor.
Putin e os interlocutores norte-americanos analisaram o plano original, visando um “acordo duradouro”, bem como outros documentos entregues pela delegação americana durante o encontro.
O plano original apresentado pelos Estados Unidos há alguns dias, composto por 28 pontos, era considerado muito favorável a Moscou e teria sido redigido sem o envolvimento de autoridades ucranianas e aliados europeus. Ele previa o reconhecimento da soberania russa no Donbass e na Crimeia, anexada em 2014. Incluía ainda a redução do exército ucraniano para 600 mil efetivos e a renúncia da Ucrânia à adesão à OTAN. Após reuniões entre representantes de Washington, ucranianos e europeus, o plano foi alterado substancialmente.
A proposta foi trabalhada novamente em um encontro bilateral na Flórida, entre delegações presididas pelo chefe da diplomacia dos Estados Unidos e pelo negociador ucraniano.
Fonte: www.noticiasaominuto.com

