Idosos no mercado de trabalho brasileiro atingem ocupação recorde
Em 2024, o Brasil registrou um marco histórico no mercado de trabalho: aproximadamente 8,3 milhões de pessoas com 60 anos ou mais estavam empregadas, o maior contingente desde o início da série histórica em 2012. Esse número representa um nível de ocupação recorde para essa faixa etária, demonstrando uma mudança significativa no cenário laboral do país.
De acordo com um levantamento recente, dos 34,1 milhões de idosos no Brasil, cerca de 24,4%, ou seja, um em cada quatro, estava trabalhando no ano passado. Este dado ressalta a crescente participação dos idosos na força de trabalho brasileira.
A análise dos números revela um aumento constante no nível de ocupação de idosos desde 2020, com um salto notável de 19,8% naquele ano para 24,4% em 2024. Essa tendência ascendente pode ser atribuída a diversos fatores, incluindo o aumento da expectativa de vida e as mudanças provocadas pela reforma da previdência.
A reforma da previdência, promulgada em 2019, é apontada como um dos principais impulsionadores desse fenômeno. As novas regras para aposentadoria, que exigem mais tempo de contribuição, têm levado muitos idosos a permanecerem no mercado de trabalho por mais tempo.
A taxa de desocupação entre os idosos também atingiu um mínimo histórico em 2024, ficando em 2,9%, a menor já registrada. Esse valor contrasta com a taxa de desemprego da população total, que foi de 6,6% no mesmo período, indicando uma maior estabilidade no emprego para os trabalhadores mais velhos.
Uma análise mais detalhada por faixa etária revela que 34,2% das pessoas entre 60 e 69 anos estavam ocupadas em 2024. Essa taxa é mais alta entre os homens (48%) do que entre as mulheres (26,2%). Já no grupo com 70 anos ou mais, a ocupação diminui para 16,7%, com uma diferença ainda maior entre homens (15,7%) e mulheres (5,8%).
Outro dado relevante é a forma como os idosos se inserem no mercado de trabalho. Mais da metade deles (51,1%) trabalha por conta própria (43,3%) ou como empregador (7,8%). Essa proporção é significativamente maior do que na população ocupada como um todo, onde apenas 29,5% são trabalhadores por conta própria ou empregadores. Em contrapartida, apenas 17% dos idosos são empregados com carteira assinada, enquanto essa modalidade representa 38,9% do total de trabalhadores no país.
Em relação ao rendimento, os idosos apresentaram uma média mensal de R$ 3.561, superando o valor do conjunto da população com 14 anos ou mais de idade (R$ 3.108). Isso significa que os idosos ganham, em média, 14,6% a mais do que a população economicamente ativa em geral.
Apesar do rendimento superior, os idosos enfrentam desvantagens em relação à formalização no mercado de trabalho. A taxa de formalização no país é de 59,4% dos ocupados, enquanto no grupo dos idosos, essa taxa é de apenas 44,3%. Essa diferença indica que uma parcela significativa dos trabalhadores idosos está em situação de informalidade, sem a proteção social e os benefícios garantidos aos trabalhadores formais.




