A casas bahia mira dívida zero com conversão em ações

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A Casas Bahia planeja um novo movimento em sua reestruturação financeira, visando zerar sua dívida e fortalecer seu balanço. A estratégia centraliza-se na conversão da maior parte de sua dívida remanescente em ações, uma medida que, embora dilua a participação dos acionistas atuais, eliminaria a alavancagem da empresa.

Este passo é uma continuação de um processo iniciado em junho, quando a empresa converteu a Série 2 de sua 10ª emissão de debêntures em ações, o que resultou na ascensão da Mapa Capital ao controle acionário da varejista.

Agora, a empresa busca converter as Séries 1 e 3 da mesma emissão, que correspondem a R$ 1,85 bilhão e R$ 1,44 bilhão, respectivamente. Atualmente, Bradesco e Banco do Brasil detêm 55% das debêntures da Série 1, com o restante distribuído entre assets, fundos e investidores institucionais.

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Para viabilizar essa operação de grande escala, a Casas Bahia convocou uma assembleia geral extraordinária para o dia 17 de dezembro. O objetivo é aumentar o capital autorizado dos atuais R$ 9 bilhões para até R$ 13,25 bilhões, criando espaço para a emissão das novas ações.

A empresa propôs aos debenturistas um “reprofiling” da dívida, com o alongamento dos prazos até 2050, a eliminação de amortizações extraordinárias, a retirada das garantias reais e a transformação em dívida quirografária. Essa reestruturação tem como objetivo incentivar os credores a optarem pela conversão da dívida em participação acionária.

Com essa negociação em andamento, a alavancagem da companhia está em 1,9x, incluindo risco sacado e fornecedores. Excluindo esses itens, a alavancagem atual seria de aproximadamente 0,5x. A aprovação da proposta em assembleia resultaria em uma diluição considerável, similar ao que ocorreu com a Série 2, mas colocaria a empresa em uma posição de caixa líquido.

Há a expectativa de que Bradesco e Banco do Brasil, assim como fizeram no processo anterior, vendam parte de seus créditos para a Mapa, o que manteria a empresa como controladora da varejista.

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A Casas Bahia demonstra cautela em relação ao avanço do plano de conversão e pretende divulgar mais detalhes somente quando tiver convicção da adesão dos credores. Atualmente, as ações da Casas Bahia apresentam uma valorização de 2% desde a conclusão da negociação com os credores da Série 2. O valor de mercado da empresa na B3 é de R$ 2,6 bilhões.

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