Adrenalina na veia: quando o uso é seguro e quando é perigoso

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A morte de um menino em Manaus, após receber adrenalina intravenosa, reacendeu a discussão sobre os riscos e benefícios desse medicamento. O caso, que está sob investigação policial, levanta questões cruciais sobre a administração correta da adrenalina, também conhecida como epinefrina, em situações de emergência.

A adrenalina é um hormônio produzido naturalmente pelo corpo em momentos de estresse ou perigo. Sinteticamente, é utilizada como medicamento para reverter quadros graves, como reações alérgicas severas (anafilaxia) e colapsos cardiovasculares. No entanto, a via de administração – intravenosa, intramuscular ou por nebulização – determina o efeito e o risco associado.

A aplicação intravenosa de adrenalina é reservada para emergências críticas, como parada cardiorrespiratória, e exige monitoramento constante. O uso inadequado pode provocar taquicardia extrema, arritmias, falta de ar e colapso. Em crianças, a dose e a via de administração devem ser ainda mais rigorosas, devido à maior sensibilidade ao medicamento.

Quando administrada corretamente, a adrenalina age rapidamente, dilatando as vias aéreas, fortalecendo o coração e melhorando a circulação. É um recurso vital em casos de anafilaxia e parada cardíaca. Contudo, a precisão na dose, via e indicação é fundamental para evitar complicações.

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A via intravenosa, embora eficaz em situações extremas, apresenta um risco maior devido à velocidade com que o medicamento entra na corrente sanguínea. Essa descarga abrupta pode sobrecarregar o organismo, especialmente em crianças. A bula técnica do medicamento alerta para a necessidade de doses pequenas, principalmente em pacientes pediátricos, e para os possíveis efeitos adversos, como palidez, aumento dos batimentos cardíacos, dificuldade respiratória e lesão tecidual.

Em situações como tosse e suspeita de laringite, que normalmente não exigem adrenalina intravenosa, outras opções menos invasivas, como nebulização ou medicação oral, são preferíveis. A equipe médica envolvida no caso do menino em Manaus expressou surpresa com a prescrição de adrenalina intravenosa para um quadro respiratório.

A adrenalina intramuscular é geralmente a via preferida para reações alérgicas graves, pois permite uma absorção mais controlada. A nebulização, por sua vez, tem um efeito localizado nas vias aéreas, minimizando o impacto no sistema cardiovascular.

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O Ministério da Saúde enfatiza a importância de seguir rigorosamente as orientações de dose e via de administração, especialmente em pediatria, onde pequenas variações podem ter efeitos desproporcionais.

A adrenalina é um medicamento essencial na medicina de emergência, capaz de salvar vidas em segundos. No entanto, seu uso inadequado, especialmente por via intravenosa e em crianças, pode acarretar complicações graves e até fatais. É crucial que os profissionais de saúde estejam atentos aos protocolos e diretrizes para garantir a segurança dos pacientes.

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