Apple aposta na BYD e expande produção fora da China

Apple fecha parceria com BYD e leva a produção de dispositivos de casa inteligente para o Vietnã, marcando uma nova etapa na sua estratégia global.

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A Apple decidiu dar um passo fora de sua zona de conforto ao fechar uma parceria com a BYD, empresa chinesa conhecida principalmente por sua atuação no setor de veículos elétricos, para a produção de uma nova linha de dispositivos de casa inteligente. O ponto que mais chama atenção é o local escolhido para a fabricação: o Vietnã, marcando a primeira vez que a companhia inicia a produção de uma categoria inédita de produtos fora da China, país onde tradicionalmente concentra suas operações.

A decisão reflete uma mudança estratégica importante dentro da estrutura de produção global da empresa. Segundo informações divulgadas, a Apple pretende fabricar três dispositivos no Vietnã: um hub doméstico com tela de 7 polegadas previsto para chegar ao mercado em 2026, uma câmera de segurança interna programada para o fim do mesmo ano e um robô de mesa com tela de 9 polegadas que deve ser lançado em 2027.

Essa colaboração com a BYD vai muito além de um simples contrato de produção. A empresa chinesa será responsável pela montagem final, testes e embalagem dos dispositivos. O acordo também abre espaço para uma futura expansão da fabricação de iPads no Vietnã, país que já abriga parte da produção de AirPods, Apple Watch, Macs e HomePods.

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De acordo com a Bloomberg, a decisão da Apple mostra o quanto o Vietnã vem se tornando um centro de produção cada vez mais relevante dentro da cadeia de suprimentos da empresa. Além de aliviar a dependência da China, a mudança também busca minimizar os impactos das tensões comerciais e políticas entre Pequim e Washington. No entanto, os produtos fabricados no Vietnã ainda estão sujeitos às tarifas impostas pelos Estados Unidos.

O tão esperado hub doméstico da Apple, que sofreu atrasos desde 2023, deve chegar com duas versões: uma de mesa, identificada pelo codinome J490, com base semelhante à do HomePod mini, e uma versão de parede, chamada J491. Ambas virão equipadas com câmeras FaceTime e recursos de software adaptativo, que permitem ao dispositivo reconhecer o usuário e ajustar automaticamente suas preferências.

O preço sugerido de US$ 350 coloca o novo produto em um patamar acima dos concorrentes, como o Echo Show 8 da Amazon, vendido por cerca de US$ 150, e o Echo Show 11, que custa US$ 220. Fontes próximas à empresa indicam que a Apple está trabalhando para reduzir custos em versões futuras, especialmente por utilizar painéis LCD da Tianma Microelectronics, uma escolha mais econômica em comparação à tecnologia de display própria da marca.

Essa nova fase marca uma mudança de rota significativa para a Apple, que busca diversificar sua produção e se adaptar a um cenário global mais desafiador, sem abrir mão da qualidade e da inovação que sempre definiram seus produtos.

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