Arroz avança no rs: plantio ultrapassa 50% com área menor e clima desafiador

O plantio de arroz irrigado no Rio Grande do Sul ultrapassou a marca de 50% da área total estimada, em um cenário de desafios climáticos e redução na área cultivada. A safra 2025/26 enfrenta uma área projetada de 920.081 hectares, representando uma diminuição de 5,17% em relação ao ciclo anterior. A região da Zona Sul lidera o ritmo de plantio, com expectativa de conclusão ainda em outubro para algumas áreas.

Os próximos 14 dias serão cruciais para o desenvolvimento da safra, com a previsão de alternância entre períodos de chuva e tempo firme. Esse padrão climático típico da primavera exige um manejo preciso da irrigação e atenção redobrada às rajadas de vento, com boletins recentes indicando eventos de chuva, ventos fortes e quedas de temperatura.
A água certa, no momento ideal, combinada com condições climáticas favoráveis e um manejo preciso da lâmina d’água, é determinante para o sucesso da safra.
Dados recentes revelam um ritmo acelerado de plantio em diversas regiões do estado, com a Fronteira e a Zona Sul à frente. A autarquia tem reportado uma rápida evolução desde meados de outubro, saltando de 30% para mais de 50% da área total plantada.

A previsão climática para os próximos dias aponta para a ocorrência de acumulados de chuva significativos no Sul do país, com alertas para chuvas intensas e rajadas de vento, elevando o risco de alagamentos localizados. Diante desse cenário, a atenção à lâmina d’água se torna fundamental.
Para minimizar perdas e otimizar o uso da água, recomenda-se um checklist simples em cada fase da cultura:
- Semeadura/emergência: priorizar solo úmido e lâmina mínima, utilizando-a apenas quando necessário para uniformizar a germinação.
- Início de perfilhamento: formar uma lâmina rasa e contínua, ajustando as comportas para conter perdas causadas pelo vento.
- Perfilhamento ativo: monitorar a erosão de taipas e a turvação da água, drenando pontualmente para aplicações e restabelecendo a lâmina logo em seguida.
- Pós-evento de chuva/vento: inspecionar as bordaduras e os canais, recuperando a lâmina gradualmente para evitar o acamamento das plantas e o déficit de oxigênio nas raízes.
O Rio Grande do Sul é responsável por aproximadamente 70% da produção nacional de arroz, tornando o desempenho das lavouras gaúchas um fator crucial para o abastecimento e os preços no mercado interno. Uma safra bem implantada, com um manejo hídrico eficiente, reduz os riscos de replantio, perdas de qualidade e pressão sobre os custos logísticos.

Em paralelo, a redução da área cultivada para 2025/26 coincide com medidas de política pública para otimizar os estoques e garantir a fluidez do mercado. A Conab anunciou ações para movimentar até 630 mil toneladas de arroz, com o objetivo de auxiliar a renda dos produtores e assegurar a regularidade da oferta.
As condições de umidade e temperaturas amenas favorecem o surgimento de plantas daninhas típicas do arroz irrigado. Recomenda-se monitorar as lavouras logo após as chuvas mais fortes, ajustando o momento da drenagem para as aplicações de herbicidas e restabelecendo a lâmina d’água rapidamente, seguindo as práticas de manejo integrado.
Fonte: www.tempo.com



