Binance reembolsa US$ 283 milhões após queda liquidar US$ 19 bilhões

A Binance compensou usuários com US$ 283 milhões após uma queda que liquidou US$ 19 bilhões, demonstrando rápida resposta a falhas técnicas e críticas do mercado.

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A Binance, maior corretora de criptomoedas do mundo, realizou um reembolso de US$ 283 milhões a usuários afetados por um dos dias mais caóticos da história recente do mercado cripto. O episódio ocorreu em 10 de outubro de 2025, quando um forte crash de mercado eliminou mais de US$ 19 bilhões em posições alavancadas, provocando liquidações em massa e prejuízos para milhares de investidores. A compensação, efetuada em menos de 24 horas, foi vista como uma tentativa da exchange de conter danos e restaurar a confiança após falhas técnicas e desvinculações de ativos durante a turbulência.

A queda foi desencadeada após o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar tarifas de 100% sobre importações chinesas, o que causou uma onda de pânico nos mercados globais. O Bitcoin, que vinha sendo negociado próximo de US$ 122.500, chegou a cair para US$ 103.000, enquanto o Ethereum recuou cerca de 21% no mesmo período. Durante o colapso, produtos do Binance Earn — como USDe da Ethena, BNSOL e WBETH — perderam temporariamente sua paridade, com destaque para a USDe, que chegou a ser negociada a US$ 0,65 dentro da própria plataforma, enquanto mantinha o valor de US$ 1 em outras corretoras.

A Binance confirmou que, a partir das 21h18 UTC do dia 10, alguns módulos do sistema apresentaram falhas técnicas, impossibilitando que usuários fechassem posições de futuros no auge da volatilidade. Além disso, certas altcoins, como Cosmos e IoTeX, registraram preços próximos a zero por conta da execução de ordens antigas, datadas de 2019, que foram ativadas em meio à baixa liquidez.

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Segundo a exchange, o problema ocorreu em seu sistema de oráculos de preços, que durante o evento passou a depender apenas dos dados internos do livro de ordens da própria Binance, e não de fontes externas. Essa falha provocou liquidações em cascata, afetando principalmente usuários que usavam os ativos desvinculados como garantia em empréstimos, margem e futuros.

Mesmo diante das críticas, o token BNB, nativo da Binance, mostrou força e alcançou uma nova máxima histórica de US$ 1.370 em 13 de outubro, com valorização superior a 11% durante a recuperação do mercado. A rede BNB Smart Chain também registrou um salto de atividade, somando 59 milhões de endereços ativos mensais e US$ 37,9 bilhões em volume semanal de negociações descentralizadas.

Para analistas, o pagamento de US$ 283 milhões representa uma ação de gestão de reputação e um gesto de boa fé da Binance. De acordo com Min Jung, analista da empresa de investimentos Presto, “o valor é expressivo, mas pequeno se comparado ao faturamento total da corretora”. Além disso, a empresa anunciou um airdrop adicional de US$ 45 milhões em BNB para compensar traders de memecoins afetados, beneficiando mais de 160 mil endereços em todo o mundo.

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