Bitcoin atinge mínima de abril, despencando abaixo de US$ 87 mil

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O mercado de criptomoedas enfrenta um período de turbulência, intensificando uma trajetória de queda que já dura mais de um mês. Paralelamente, o mercado acionário devolveu os ganhos iniciais da sessão, adicionando um tom de cautela ao cenário financeiro.

O Bitcoin (BTC), referência no universo das moedas digitais, sofreu um revés significativo, com uma queda superior a 4%. A criptomoeda desvalorizou-se, atingindo um patamar abaixo de US$ 87 mil, nível não visto desde abril. A dificuldade em atrair novos investidores e o enfraquecimento do impulso que impulsionou os preços no início do ano contribuem para o cenário de baixa.

Analistas apontam que a recente correção é reflexo da redução de posições por investidores mais ativos, um movimento iniciado após o rali de outubro. Essa desmobilização tornou o mercado mais suscetível à pressão vendedora e a oscilações abruptas.

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Apesar de não compartilhar da visão de um ciclo de baixa, um especialista da CoinShares aponta para uma possível profecia autorrealizável, com grandes detentores liquidando mais de US$ 20 bilhões em ativos desde setembro.

No mercado de ações americano, a euforia inicial impulsionada por resultados positivos da Nvidia, relacionados à inteligência artificial, rapidamente se dissipou. Preocupações com a avaliação elevada de empresas de IA e incertezas sobre a capacidade do Federal Reserve de reduzir as taxas de juros em dezembro injetaram volatilidade em Wall Street.

A forte queda do Bitcoin levou operadores de opções a monitorarem o patamar de US$ 85 mil, com forte demanda por proteção contra quedas nesse nível, seguido de US$ 82 mil, conforme indicam contratos de opções na corretora de criptomoedas Deribit, pertencente à Coinbase.

A recente desvalorização do Bitcoin está intrinsecamente ligada à onda de liquidações de outubro, quando mais de US$ 19 bilhões em posições alavancadas foram desfeitas em uma única sessão. Esse choque interrompeu o ímpeto positivo e reduziu a liquidez nas principais plataformas de negociação. A fragilidade do mercado, caracterizada por livros de ordens que não se recuperaram totalmente, torna os preços sensíveis a fluxos modestos.

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Paralelamente, o aumento da angústia econômica contribui para a instabilidade em Wall Street. A incerteza sobre a política monetária do Federal Reserve, diante da falta de dados consistentes, suprime a disposição dos investidores em assumir riscos, especialmente em ativos considerados de maior risco.

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