Brasil e EUA negociam tarifas do café após encontro presidencial

Um diálogo promissor entre os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos, ocorrido na Malásia no último domingo, reacende a esperança de revisão das tarifas aplicadas ao café brasileiro. A iniciativa foi recebida com entusiasmo pelo setor cafeeiro nacional, que vê na abertura de negociações uma chance de fortalecer a parceria comercial entre os dois países.
Os Estados Unidos representam um mercado crucial para o café brasileiro, absorvendo 16% das exportações totais. Em 2024, o volume embarcado para o país norte-americano atingiu 8,1 milhões de sacas, consolidando os EUA como principal destino do produto e um parceiro estratégico para a cadeia produtiva.
Durante missão oficial à Indonésia e à Malásia, o presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) se reuniu com representantes do governo federal, apresentando dados relevantes e defendendo a isenção das tarifas que incidem sobre o café brasileiro. Segundo o Cecafé, ambas as nações demonstraram interesse em avançar nas discussões, visando mitigar os impactos negativos das taxas, que prejudicam a competitividade do café nacional, elevam os preços para o consumidor estadunidense e ameaçam a posição do Brasil no maior mercado consumidor de café do mundo.
A entidade reforça seu compromisso em atuar tanto no Brasil quanto em Washington para fortalecer a parceria bilateral, buscando assegurar a competitividade das exportações, a previsibilidade do mercado global e a sustentabilidade de toda a cadeia produtiva do café. A expectativa é que as negociações resultem na eliminação das tarifas, aliviando a pressão inflacionária nos EUA e impulsionando o setor cafeeiro brasileiro.
A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) também se manifestou favoravelmente ao diálogo entre os presidentes, considerando-o uma oportunidade concreta para solucionar o impasse tarifário e estabelecer novas áreas de cooperação entre os dois países. A BSCA ressalta que os Estados Unidos são o principal destino dos cafés especiais brasileiros, com um volume anual de 2 milhões de sacas exportadas e uma receita superior a US$ 550 milhões.
A eventual suspensão da tarifa de 50% sobre os cafés brasileiros tem o potencial de normalizar o comércio internacional do produto, especialmente entre o Brasil, principal fornecedor global, e os EUA, maiores importadores e consumidores. A BSCA, como representante do setor de cafés especiais, defende que o diálogo entre os governos priorize a manutenção de empregos, renda e parcerias históricas construídas entre os dois países. A entidade enfatiza que a eliminação das tarifas é fundamental para proteger o setor brasileiro, a indústria cafeeira e os consumidores norte-americanos.


