Brasil lidera na produção de ração, mas enfrenta obstáculos para expandir exportações

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O Brasil se destaca como o terceiro maior produtor mundial de ração animal, com um volume impressionante de 86,6 milhões de toneladas produzidas em 2024. Este desempenho coloca o país atrás apenas da China e dos Estados Unidos, consolidando sua posição de destaque no cenário global.

Apesar do volume expressivo, o caminho para consolidar a presença brasileira no mercado internacional de ração animal não é isento de desafios. Cada país apresenta suas próprias regras, demandas específicas e níveis de exigência, o que requer adaptação por parte das empresas brasileiras.

José Loschi, fundador da SRX Holdings, que lidera o trabalho pela Master Nutrição, enfatiza que, com gestão estruturada, personalização de fórmulas, inovação tecnológica e controle rigoroso de processos, o Brasil demonstra ter potencial para competir em qualquer mercado.

“O segredo está em adaptar o produto, o processo e o modelo de negócio. É isso que sustenta o crescimento e abre portas para novas parcerias internacionais”, afirma Loschi.

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De acordo com o especialista, as empresas do setor enfrentam cinco desafios principais ao exportar ração animal:

1. Gestão e estruturação: A entrada em novos mercados sem uma base sólida de gestão e processos pode comprometer a operação, uma vez que cada país possui normas específicas que exigem documentação detalhada, rastreabilidade e certificações distintas. A solução reside em estruturar a empresa de forma que todos os elos, da produção ao embarque, estejam integrados.

2. Personalização das fórmulas e processos: Exportar o mesmo produto para diferentes países é um erro, pois as condições genéticas, climáticas e de manejo variam amplamente, impactando o desempenho da nutrição animal. A resposta é a personalização das formulações e a adaptação técnica de cada produto, respeitando as realidades produtivas de cada região.

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3. Inovação e integração tecnológica: Os mercados internacionais valorizam cada vez mais rastreabilidade, sustentabilidade e inovação contínua. A ausência de integração tecnológica limita a visibilidade da cadeia e reduz a competitividade. O investimento em tecnologia de dados e monitoramento nutricional é crucial para atender às exigências e antecipar tendências.

4. Logística e cadeia de suprimentos: A distância entre produtores, portos e mercados consumidores aumenta custos e riscos logísticos. Um planejamento logístico antecipado e parcerias regionais estratégicas são essenciais para otimizar custos e reduzir prazos.

5. Conformidade regulatória e certificações internacionais: A diversidade de normas sanitárias e ambientais é um dos maiores obstáculos à exportação, já que cada nação exige comprovações específicas de origem, composição e impacto ambiental, que podem variar. O acompanhamento contínuo das legislações e o conhecimento sobre as certificadoras e os órgãos internacionais são indispensáveis.

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