Bronquiolite: entenda a infecção respiratória que atinge bebês e crianças

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A bronquiolite, uma infecção respiratória que afeta principalmente bebês e crianças pequenas, tem gerado crescente preocupação entre pais e profissionais de saúde, especialmente em períodos de alta circulação viral. O aumento de casos e a atenção reforçada do Ministério da Saúde trouxeram o tema de volta ao debate, levantando dúvidas sobre suas causas, sintomas e tratamento.

A doença atinge as vias aéreas mais finas, os bronquíolos, provocando dificuldade para respirar, chiado no peito e desconforto. A identificação precoce é crucial para evitar complicações e acelerar o tratamento, dada a semelhança dos sintomas com outras condições respiratórias.

A inflamação e obstrução dos bronquíolos, características da bronquiolite, são quase sempre causadas por infecção viral. O processo se inicia com uma infecção das vias aéreas superiores, manifestando-se como coriza e tosse. Em alguns pacientes, a condição evolui para inflamação e produção de muco nas vias aéreas inferiores. A inflamação dos bronquíolos, combinada com o acúmulo de secreções e a diminuição do diâmetro interno, impacta significativamente os lactentes, cujas vias aéreas já são naturalmente estreitas, podendo levar a sibilos, esforço respiratório e, em casos graves, falência ventilatória.

O vírus sincicial respiratório (VSR) é o principal agente causador, responsável por 50% a 80% dos casos, dependendo da região e da época do ano. Outros vírus também podem desencadear a bronquiolite, mas o VSR se destaca pela sua capacidade de afetar recém-nascidos com maior severidade.

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A transmissão ocorre por meio de contato direto com secreções respiratórias, como mãos contaminadas, gotículas e superfícies. O período de incubação varia entre 2 e 8 dias. Maternidades, creches e hospitais, ambientes com grande circulação de crianças e contato próximo, são propícios a surtos. As medidas de controle de infecção, como higiene das mãos, uso de máscaras em períodos de surto e isolamento de casos sintomáticos, são essenciais para a prevenção.

Bebês menores de seis meses, prematuros e crianças com doenças cardíacas congênitas ou comprometimento do sistema imunológico são considerados grupos de risco. A alta incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave por VSR em crianças menores de dois anos motivou a inclusão de estratégias vacinais no Sistema Único de Saúde (SUS).

O risco se intensifica em crianças nascidas prematuras (principalmente com menos de 29 a 32 semanas), com cardiopatia congênita ou doenças pulmonares crônicas. Nesses casos, a bronquiolite pode evoluir rapidamente para insuficiência respiratória e requerer internação em UTI pediátrica.

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A maioria das crianças apresentará pelo menos uma infecção por VSR nos primeiros dois anos de vida, com variações na gravidade. As recentes políticas públicas, incluindo a vacinação de gestantes e a oferta de anticorpos monoclonais para recém-nascidos, visam proteger o período de maior vulnerabilidade, quando a doença tem maior probabilidade de causar complicações.

A bronquiolite geralmente se manifesta inicialmente como um resfriado comum, com coriza, irritabilidade, perda de apetite e febre baixa. Em seguida, pode evoluir para tosse persistente, chiado, respiração acelerada, batimentos de asa nasal, gemência ao inspirar e dificuldade para se alimentar.

A avaliação da necessidade de internação é baseada em critérios objetivos, como frequência respiratória por idade, uso de musculatura acessória e saturação de oxigênio. A alimentação reduzida e sinais de desidratação também são motivos para avaliação urgente.

Sinais de gravidade que demandam atendimento médico imediato incluem baixa saturação de oxigênio persistente, taquidispneia marcada, apneia, cianose e sonolência extrema ou irritabilidade que não melhora. O tratamento é essencialmente de suporte, com foco em manter as vias aéreas desobstruídas, hidratação adequada, controle da febre e monitoramento da oxigenação.

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