Caixa lança ferramenta para medir carbono em empreendimentos imobiliários
A Caixa Econômica Federal apresentou novas iniciativas voltadas ao desenvolvimento sustentável durante o evento “Habitação de baixo carbono: experiências globais e soluções locais”, realizado em São Paulo. Entre os anúncios, destaca-se o lançamento de uma ferramenta inédita destinada a mensurar a geração de carbono em projetos habitacionais financiados pela instituição.
As medidas visam atender às exigências ambientais, reforçando a representatividade social e a inovação tecnológica no setor de habitação, segundo informações divulgadas pela assessoria de imprensa da Caixa.
Um dos compromissos mais significativos é o crescimento da carteira de crédito verde, com a meta de atingir R$ 1,25 trilhão até 2030, representando um aumento de 50%. O banco pretende expandir as linhas de crédito para investimentos com impactos positivos no meio ambiente e na sociedade.
A ampliação do crédito verde priorizará projetos que adotem práticas sustentáveis em todas as etapas, desde a construção até a operação. O objetivo é incentivar construtoras e investidores a incorporarem soluções que reduzam as emissões de carbono e promovam a eficiência energética, alinhando o setor habitacional aos objetivos globais de sustentabilidade.
Outro ponto importante é a promoção da igualdade de oportunidades dentro da Caixa, com a meta de que 36% dos cargos de chefia sejam ocupados por mulheres. O estatuto da Caixa já determina que pelo menos um terço da alta gestão seja composta por mulheres.
A Caixa também estabeleceu o compromisso de atingir o equilíbrio das emissões de carbono até 2050, alcançando o conceito de NetZero. A meta abrange as emissões diretas e indiretas da instituição, incluindo as operações financiadas, e prevê o uso de créditos de carbono de alta qualidade para compensação. O objetivo é descarbonizar todas as áreas de atuação do banco, promovendo uma gestão estratégica da cadeia de valor.
Além das metas de carbono, a Caixa anunciou a adoção de um modelo institucional baseado na economia circular, visando minimizar o envio de resíduos a aterros sanitários, eliminar a incineração e priorizar a reutilização, reciclagem e compostagem.
O Benchmark Iterativo para Projetos de Baixo Carbono (BIPC), lançado durante o evento, é uma ferramenta inovadora que permite medir o CO₂ gerado em empreendimentos habitacionais. A plataforma também oferece uma área aberta para consulta pública sobre a linha de base de carbono de diferentes tipologias construtivas.
O BIPC será inicialmente aplicado a empreendimentos do programa Minha Casa Minha Vida, permitindo visualizar o impacto dos projetos por tipologia construtiva, comparar emissões e identificar os componentes que mais contribuem para as emissões, como vigas, pilares e concreto. Essas informações permitirão que construtoras adotem boas práticas de mercado, reduzindo o consumo de materiais, as emissões de CO₂ e os custos de produção.
A expectativa é que o BIPC subsidie políticas habitacionais com dados sobre sustentabilidade, estimulando o mercado a investir em métodos mais ecológicos e oferecendo suporte para o aperfeiçoamento de projetos, redução de emissões e incentivo à inovação.

