Canto do BOPE em rito polêmico marca atividade em escola militarizada no Paraná

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Um vídeo que circula nas redes sociais expõe uma atividade peculiar realizada em uma escola cívico-militar de Curitiba, no Paraná. As imagens mostram alunos participando de um rito que envolve o canto de um trecho associado ao Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), enquanto um deles permanece deitado no chão.

A atividade, que gerou debates acalorados, aparentemente ocorreu sob a supervisão de um policial militar que atua como monitor na instituição de ensino. O vídeo, que rapidamente se espalhou, provocou reações diversas, com alguns defendendo a prática como parte da disciplina militar e outros criticando o que consideram uma exposição desnecessária das crianças e adolescentes a uma cultura de violência.

A escola em questão adotou o modelo cívico-militar em 2021 e atualmente atende a um total de 758 alunos, entre crianças e adolescentes. A proposta do modelo é aliar a grade curricular tradicional a valores como disciplina, hierarquia e civismo, elementos considerados fundamentais para a formação dos estudantes. No entanto, a cena capturada no vídeo reacendeu a discussão sobre os limites da militarização no ambiente escolar e seus possíveis impactos no desenvolvimento dos jovens.

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O rito, que consiste em entoar o cântico enquanto um aluno permanece deitado no chão, tem sido interpretado de diferentes maneiras. Para alguns, trata-se de uma forma de incutir valores de resistência e superação, enquanto outros o veem como uma prática intimidatória e inadequada para o contexto escolar. A repercussão do caso levou a questionamentos sobre a metodologia pedagógica adotada na instituição e a necessidade de um debate mais amplo sobre o papel das escolas cívico-militares na sociedade.

As autoridades da área de educação ainda não se manifestaram oficialmente sobre o ocorrido, mas a expectativa é que o caso seja investigado para apurar eventuais excessos e garantir o bem-estar dos alunos. A polêmica reacende o debate sobre a adequação de práticas militares em ambientes escolares e a necessidade de se priorizar uma formação integral que promova o desenvolvimento crítico e social dos estudantes. O caso serve como um lembrete da importância de se analisar cuidadosamente os impactos da militarização na educação e de se buscar um equilíbrio entre disciplina e respeito aos direitos e à individualidade dos alunos.

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