Carros elétricos: o custo real de manutenção no brasil em 2025
O mercado automotivo brasileiro está passando por uma transformação significativa, impulsionada pelo crescente interesse em carros elétricos. Diante do aumento nos preços dos combustíveis fósseis e do desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, muitos consumidores consideram a aquisição de um veículo elétrico. No entanto, uma questão persiste: qual o custo real de manter um carro elétrico no Brasil?
O número de veículos elétricos e híbridos em circulação tem crescido exponencialmente nos últimos anos. Dados recentes indicam que o país já ultrapassou a marca de 250 mil unidades eletrificadas em 2025. Mas a economia prometida por esses veículos realmente compensa o investimento inicial?
Um dos principais obstáculos para a transição para um carro elétrico é o preço de compra. Embora os valores tenham diminuído, ainda são superiores aos dos carros a combustão. Modelos populares como o BYD Dolphin Mini e o Renault Kwid E-Tech variam entre R$ 115 mil e R$ 150 mil, enquanto carros a combustão de porte similar custam entre R$ 80 mil e R$ 100 mil. Essa diferença é atribuída ao custo das baterias, que representam até 40% do valor total do veículo. Especialistas preveem que essa barreira diminuirá com o aumento da produção e a instalação de novas fábricas de baterias no Brasil.
A boa notícia é que a manutenção de um carro elétrico pode ser até 60% mais barata do que a de um veículo a combustão. Isso se deve à simplicidade dos motores elétricos, que exigem menos peças móveis. A ausência de trocas de óleo, filtro de ar, embreagem, correias, velas de ignição e escapamento reduz significativamente os custos de manutenção.
Entre as principais economias estão a ausência de trocas periódicas de óleo, que podem gerar uma economia anual de R$ 600 a R$ 1.000. Os freios regenerativos, que reaproveitam a energia gerada nas frenagens, aumentam a durabilidade das pastilhas e discos. Além disso, a ausência de vibrações e o torque linear preservam a suspensão e o câmbio, reduzindo o desgaste prematuro.
No entanto, o custo das revisões pode variar conforme a marca. Algumas montadoras oferecem planos de manutenção programada que incluem inspeções elétricas e atualizações de software, algo inexistente nos carros a combustão.
A bateria é o componente mais caro e sensível de um veículo elétrico. A vida útil média é de 8 anos, dependendo de fatores como temperatura, hábitos de recarga e frequência de uso. O preço médio da substituição de uma bateria no Brasil varia entre R$ 60 mil e R$ 120 mil, dependendo do modelo e da capacidade. A tendência é de queda, impulsionada por novas tecnologias. Algumas montadoras oferecem garantia de até 8 anos ou 500 mil quilômetros para o conjunto de baterias.
O carregamento doméstico é a forma mais econômica de abastecer um carro elétrico. O custo por quilômetro rodado pode ser três vezes menor do que o da gasolina. Quem percorre 1.000 km por mês gasta cerca de R$ 200 com energia elétrica, enquanto um carro a gasolina consome aproximadamente R$ 600 no mesmo trajeto. A recarga residencial é feita por meio de um carregador, que pode custar de R$ 4 mil a R$ 7 mil. Já os eletropostos públicos cobram tarifas que variam de R$ 1 a R$ 2 por kWh, o que encarece o custo por quilômetro rodado.
Além da economia financeira, o carro elétrico oferece benefícios ambientais significativos, como a ausência de emissão de poluentes e a redução do consumo de combustíveis fósseis. Considerando um uso médio de 15 mil km por ano, um motorista pode economizar mais de R$ 5.000 anuais com combustível e manutenção. Em cerca de cinco anos, a economia acumulada já ultrapassa R$ 25 mil, reduzindo a diferença inicial do preço de compra. Essa vantagem se amplia em cidades com incentivos fiscais.
Apesar dos avanços, o carro elétrico ainda enfrenta desafios no Brasil. A infraestrutura de recarga é limitada, especialmente fora dos grandes centros urbanos. Além disso, o tempo de recarga ainda é uma barreira para motoristas que precisam de agilidade. Outra preocupação é a reciclagem das baterias, que contém metais como lítio, cobalto e níquel.
Com a expansão de montadoras e a instalação de fábricas locais, o custo dos carros elétricos deve cair nos próximos anos. Além disso, a aprovação de incentivos governamentais prevê redução de impostos e estímulo à produção nacional de veículos de baixa emissão. Analistas acreditam que, até 2030, os carros elétricos custarão o mesmo que os a combustão, tornando a transição definitiva.

