China conclui a maior fazenda solar do mundo no Planalto Tibetano

A China conclui a maior fazenda solar do mundo no Planalto Tibetano, unindo energia limpa e desenvolvimento de inteligência artificial.

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A China alcançou um marco histórico ao concluir a maior fazenda solar do mundo no Planalto Tibetano, cobrindo impressionantes 420 quilômetros quadrados a quase 3.000 metros acima do nível do mar. O projeto, parte de uma estratégia ambiciosa de energia limpa, busca simultaneamente impulsionar o desenvolvimento da inteligência artificial e consolidar os compromissos climáticos históricos anunciados pelo presidente Xi Jinping no último mês.

O Parque Solar Talatan, localizado na província de Qinghai, ocupa uma área sete vezes maior que Manhattan, e atualmente dois terços de sua instalação já estão operacionais. Quando totalmente concluído, o projeto contará com mais de 7 milhões de painéis solares, capazes de gerar eletricidade suficiente para abastecer cerca de 5 milhões de residências. A altitude elevada garante intensidade solar extraordinária, ideal para a produção massiva de energia solar.

Além de gerar eletricidade, o megaprojeto atua como espinha dorsal da estratégia chinesa “Dados do Leste, Computação do Oeste”, que transfere centros de dados intensivos em energia das cidades costeiras para regiões ocidentais ricas em recursos renováveis.

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O Tibete inaugurou recentemente seu primeiro grande centro de computação de IA, o “Yajiang-1”, com 256 servidores de alto desempenho capazes de entregar 2.000 petaflops de poder de processamento. Segundo Han Shuangshuang, gerente geral da Tibet Yarlung Zangbo Computing Technology Company, o centro “catalisará a inovação de fronteira em treinamento de IA, condução autônoma, saúde inteligente e monitoramento do ecossistema do planalto”.

O avanço solar coincide com os compromissos climáticos anunciados por Xi Jinping durante a ONU em setembro de 2025. O presidente chinês se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa entre 7% e 10% em relação aos níveis máximos até 2035, expandir a capacidade de energia eólica e solar seis vezes em relação a 2020 e aumentar o consumo de energia de fontes não fósseis para mais de 30%.

Os resultados já são visíveis. No primeiro semestre de 2025, as emissões de carbono da China caíram 1%, mesmo com crescimento econômico e aumento da demanda por eletricidade, indicando que o país pode ter atingido o pico de emissões antes da meta prevista para 2030. O projeto no Planalto Tibetano integra energia solar, turbinas eólicas instaladas em cristas montanhosas e barragens hidrelétricas nas bordas do planalto.

Linhas de transmissão de alta voltagem transportam a eletricidade renovável por mais de 1.600 quilômetros até centros populacionais e polos industriais no leste do país, reforçando a posição da China como líder global em tecnologia limpa.

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