China retoma envio de chips e evita crise na indústria automotiva brasileira

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A China sinalizou positivamente para as montadoras brasileiras, autorizando a retomada gradual do fornecimento de chips semicondutores essenciais para a fabricação de veículos no país. O anúncio, feito por representantes do governo chinês, foi confirmado pelo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Igor Calvet.

A recente disputa comercial entre China e Holanda, envolvendo a Nexperia, fabricante de semicondutores, havia gerado apreensão no setor automotivo global. A preocupação era de que a produção de veículos pudesse ser interrompida devido à falta de componentes cruciais.

Segundo Calvet, a autorização para importar semicondutores está sendo restabelecida de forma progressiva. Os chips desempenham um papel vital em diversas tecnologias automotivas, incluindo sistemas de freios ABS, airbags, injeção eletrônica, controle do motor e sensores. A Anfavea já havia destacado que um único veículo moderno utiliza, em média, entre 1.000 e 3.000 chips.

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Com a retomada do fornecimento, o risco de paralisação nas linhas de produção das montadoras brasileiras diminui significativamente. O presidente da Anfavea ressaltou dois fatores importantes para esse alívio: a permissão da China para a importação por empresas que operam no Brasil e possuem fábricas em território chinês, e uma licença especial concedida a empresas brasileiras que enfrentavam dificuldades na importação de chips.

Essa iniciativa foi resultado de um diálogo entre o vice-presidente e ministro do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, e a Embaixada da China no Brasil.

Apesar do cenário mais otimista, Calvet alertou que a situação ainda não foi totalmente normalizada. As montadoras brasileiras permanecem vulneráveis a possíveis novas interrupções no fornecimento de chips por parte da China.

No final de outubro, a Anfavea já havia alertado o governo brasileiro sobre o risco de escassez de semicondutores e a consequente paralisação da produção. Na época, a associação solicitou medidas para evitar o desabastecimento dos componentes eletrônicos, o que motivou a ação de Alckmin junto à Embaixada chinesa.

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O problema inicial surgiu com a intervenção do governo da Holanda na Nexperia, empresa controlada por uma companhia chinesa. As autoridades holandesas justificaram a medida com “razões de segurança econômica”, temendo a transferência da produção de semicondutores para a China. Essa ação provocou uma resposta da China, que suspendeu temporariamente as exportações de chips, impactando a cadeia global de fornecimento. A decisão surpreendeu o setor automotivo, levantando a possibilidade de escassez de semicondutores e afetando o Brasil, já que a Nexperia é a principal fornecedora dos chips utilizados em carros flex produzidos no país.

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