Com um negócio mais enxuto, dasa registra forte crescimento
A Dasa apresentou resultados expressivos no terceiro trimestre, impulsionados pelo notável aumento na receita de diagnósticos e pela significativa expansão das margens bruta e EBITDA. Este desempenho reflete a estratégia de simplificação do negócio, que incluiu a criação de uma joint venture hospitalar com a Amil, e a implementação de um plano de reestruturação liderado pelo CEO Rafael Lucchesi.
Os números da companhia superaram as expectativas do mercado em diversos indicadores financeiros. A receita atingiu R$ 2,89 bilhões, ultrapassando a projeção de R$ 2,58 bilhões. O EBITDA alcançou R$ 689 milhões, em comparação com a estimativa de R$ 582 milhões. O lucro líquido também superou as previsões, atingindo R$ 97 milhões, enquanto o mercado esperava R$ 25 milhões.
O principal motor de crescimento foi o segmento de diagnósticos nacional, que registrou um aumento de 14,2% na receita. Este desempenho foi impulsionado pelo segmento premium, representado pela marca Alta, pelo crescimento do atendimento domiciliar e pela expansão do B2B. Este crescimento representa uma aceleração em relação ao segundo trimestre, quando o segmento de diagnósticos havia crescido 6%.
A empresa expandiu o número de rotas e equipes, ampliando as áreas de cobertura no atendimento domiciliar. Além disso, a Dasa registrou um aumento importante na margem bruta de diagnósticos, que cresceu 3,6 pontos percentuais, atingindo 39,5%, o maior patamar dos últimos tempos.
A melhoria na rentabilidade está relacionada ao crescimento da companhia no segmento premium e em serviços que elevam o tíquete médio, além do aumento da demanda por parte do público particular, que também possui um tíquete mais elevado.
A expansão da margem bruta, combinada com a queda nas despesas administrativas e de vendas (SG&A), resultou em uma expressiva expansão da margem EBITDA, que saltou de 18,9% para 26,5%. No resultado final, a Dasa reverteu um prejuízo de R$ 87 milhões no terceiro trimestre do ano anterior para um lucro de R$ 97 milhões no trimestre atual. A companhia também retomou a geração de caixa positiva, com R$ 415 milhões gerados no período, já considerando o capex e o capital de giro.
A melhora nos resultados ocorre após a conclusão da joint venture com a Amil, denominada Rede Américas. Nesta operação, a Dasa contribuiu com 14 hospitais e transferiu R$ 3,2 bilhões em dívidas, reduzindo sua alavancagem.
A Rede Américas também apresentou evolução no trimestre, com um crescimento de 9% na receita e um aumento na margem bruta de 16,3% para 21,1%. O EBITDA foi de R$ 611 milhões, um aumento de 92%.
O terceiro trimestre também foi marcado pela venda de dois negócios: a operação de diagnósticos na Argentina e a Mantris, de medicina ocupacional, que injetaram mais de R$ 700 milhões no caixa da companhia.
A venda, somada à geração de caixa operacional do trimestre, ajudou a reduzir a alavancagem da Dasa, que caiu de 2,82x EBITDA no segundo tri para 2,62x neste trimestre.
Atualmente, a Dasa possui um valor de mercado de R$ 2,4 bilhões na B3, com as ações sendo negociadas a 6,6 vezes o lucro estimado para 2026. As ações acumulam uma queda de 10% nos últimos doze meses.




