Comissão do inss pode ter trabalhos prorrogados até maio de 2026

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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) do INSS pode ter suas atividades estendidas até maio de 2026. O presidente da comissão, senador Carlos Viana, manifestou a intenção de solicitar uma prorrogação de 60 dias nos trabalhos de apuração. A medida visa aprofundar as investigações sobre irregularidades que impactaram os benefícios de aposentados e pensionistas do INSS.

O pedido de prorrogação atende a demandas de congressistas que desejam convocar e ouvir mais pessoas ligadas tanto ao governo atual quanto ao anterior. Segundo o senador Viana, há muitos nomes relevantes que ainda precisam ser ouvidos para esclarecer os fatos. Após a coleta de assinaturas de apoio, o requerimento será encaminhado ao presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, para aprovação.

A CPI tem como foco principal investigar a fundo os descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS. Em abril, a Polícia Federal deflagrou a Operação Sem Desconto, revelando um esquema de cobranças irregulares de mensalidades associativas, sem a devida autorização dos beneficiários. Esses descontos eram aplicados diretamente sobre o salário dos aposentados e pensionistas, beneficiando entidades associativas de forma ilícita. A Controladoria-Geral da União (CGU) estima que o prejuízo causado por esse esquema atinja a cifra de R$ 6,3 bilhões.

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A repercussão do caso levou à saída do então ministro da Previdência. Parlamentares destacaram que as fraudes tiveram início durante o governo anterior, mas as investigações e a responsabilidade de solucionar o problema recaíram sobre a gestão atual. O objetivo da comissão é apurar as responsabilidades de agentes públicos e entidades associativas envolvidas no esquema que afetou diretamente o salário de beneficiários idosos e pensionistas.

A investigação revelou que muitos aposentados e pensionistas tiveram seus salários comprometidos por descontos não autorizados, o que gerou uma redução inesperada na renda mensal, afetando o orçamento doméstico e exigindo medidas emergenciais para regularizar os benefícios. A CPI do INSS busca garantir transparência e responsabilização, convocando ex-servidores e gestores do instituto, solicitando documentos e relatórios internos, acompanhando a implementação de medidas corretivas e avaliando os impactos no salário e benefícios dos segurados.

A comissão planeja dividir seus trabalhos em duas fases. A primeira focará na investigação dos descontos indevidos e na responsabilidade de agentes públicos. A segunda fase, prevista para fevereiro de 2026, se concentrará na análise do setor bancário e das operações financeiras ligadas ao INSS. A prorrogação da CPI até maio de 2026 permitirá uma coleta mais abrangente de depoimentos e documentos, aumentando as chances de responsabilização completa dos envolvidos. Analistas apontam que a extensão é fundamental para ouvir todos os envolvidos, proporcionar maior clareza sobre os descontos realizados nos salários dos beneficiários e possibilitar decisões judiciais e administrativas que resultem no ressarcimento dos valores.

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