Conab aponta atraso no plantio da soja 2025/26 e mercado reage
O mercado brasileiro de soja apresentou um ritmo de comercialização levemente melhor nesta semana, com os preços demonstrando pouca variação. A estabilidade nos prêmios de exportação, a alta dos contratos futuros em Chicago e a desvalorização do dólar frente ao real influenciaram o cenário.
Apesar do movimento positivo em Chicago, a diferença entre os preços de compra e venda permanece alta, o que dificulta uma retomada mais consistente das negociações. Os produtores, por sua vez, mantêm a oferta retida, aguardando cotações mais elevadas e acompanhando o desenvolvimento das lavouras.
No mercado físico, a saca de 60 quilos apresentou variações em diferentes regiões: em Passo Fundo (RS), houve um recuo de R$ 136,00 para R$ 135,00; em Cascavel (PR), um leve aumento de R$ 135,00 para R$ 136,00; em Rondonópolis (MT), a cotação subiu de R$ 125,00 para R$ 127,00; e no Porto de Paranaguá (PR), o preço se manteve em R$ 142,00.
Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em janeiro acumularam uma valorização de 2,95% na semana, sendo cotados a US$ 11,50 por bushel nesta sexta-feira (14). A retomada das atividades do governo americano, após o fim da paralisação, diminuiu a aversão ao risco no mercado financeiro e impulsionou a demanda por commodities.
A reabertura do governo americano também permitiu a retomada da divulgação de dados importantes, incluindo o relatório de novembro sobre oferta e demanda. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) também divulgará um compilado das vendas diárias realizadas por exportadores privados durante o período de paralisação, além da atualização gradual das vendas semanais.
O mercado também está atento ao comportamento da China, principal compradora internacional de soja, após o acordo com os Estados Unidos que prevê a aquisição de 12 milhões de toneladas de soja americana. No entanto, ainda existem incertezas sobre o cumprimento e o ritmo dessa retomada.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou a projeção da produção brasileira de soja na safra 2025/26 para 177,601 milhões de toneladas, um aumento de 3,6% em relação ao ciclo anterior, que registrou 171,48 milhões de toneladas. O número é ligeiramente inferior à estimativa anterior, de 177,638 milhões de toneladas.
De acordo com a Conab, o plantio segue dentro da média dos últimos cinco anos, porém com um atraso em relação à temporada passada, especialmente em Goiás e Minas Gerais, devido à falta de chuvas para o avanço da semeadura.



