Crédito e diversificação: a receita para enfrentar a volatilidade, segundo a lumina
Em um cenário de crescente volatilidade, marcado por incertezas fiscais e políticas, a disciplina e a visão de longo prazo são cruciais para o investidor brasileiro. A diversificação, tanto entre classes de ativos quanto em diferentes geografias, surge como uma estratégia fundamental para mitigar riscos e buscar retornos consistentes.
Segundo Fernando Chican, sócio-fundador da Lumina Capital, o investidor deve estar atento à alocação de capital e à compensação pelo risco em cada classe de ativo. Ele alerta que muitos produtos isentos, como os incentivados, apresentam remuneração comprimida, o que exige uma análise criteriosa.
A Lumina Investimentos, gestora com cerca de US$ 2,5 bilhões sob gestão, adota uma abordagem de investimento focada em soluções de capital, títulos deslocados e claims. A empresa apoia companhias em projetos transformacionais, oferece liquidez em momentos de ineficiência de mercado e adquire direitos que gerarão caixa no futuro.
Com apenas quatro anos de atuação, a Lumina se destaca por sua estrutura de fundos paciente, com capital de longo prazo, e pela flexibilidade de mandato, que permite investir em diversas classes de ativos e estruturas. Essa combinação possibilita à gestora oferecer soluções sob medida para as empresas e gerar retornos consistentes.
Chican enfatiza a importância da governança tanto nos processos internos da Lumina quanto nas companhias em que investe. Cada transação é submetida a um rigoroso processo de análise e aprovação, com foco nos aspectos econômicos, jurídicos e de estruturação. A Lumina avalia a robustez dos processos e a qualidade da tomada de decisão das empresas, priorizando aquelas com boa governança.
A gestora foi reconhecida como Gestora Revelação em uma premiação recente, o que reflete sua capacidade de captar fundos relevantes e investir de forma estratégica. A Lumina aloca cerca de US$ 1 bilhão por ano nas estratégias que adota, buscando nichos e subestratégias interessantes em diversas geografias e setores.
Para os investidores, Chican recomenda observar se estão sendo devidamente compensados pelo risco que assumem em cada classe de ativo. Ele destaca que o crédito, de modo geral, segue oferecendo boas oportunidades no Brasil, desde que com gestores experientes e com incentivos alinhados aos cotistas. Além disso, ele sugere buscar diversificação não apenas em classes de ativos, mas também geográfica, explorando oportunidades fora do país.
Diante de um cenário macroeconômico desafiador, com juros, inflação e eleições no radar, o investidor deve evitar decisões baseadas na volatilidade e manter uma visão de longo prazo, considerando retornos em horizontes de 5, 10 ou 20 anos. A disciplina e a diversificação são essenciais para enfrentar momentos turbulentos e proteger o patrimônio.




